Etnografando caminhos
Os deslocamentos que nos levam à Ilha Encantada
Palavras-chave:
Deslocamento etnográfico, experiência sensorial, epistemologia, modos de vidaResumo
Este estudo insere-se na tese Bio-Etnografias do Cuidado, em elaboração no Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da UFPA. O artigo aborda o deslocamento etnográfico não apenas como ferramenta metodológica, mas como experiência sensorial e epistemológica na construção do conhecimento antropológico. Tomando a ilha de Itapuá como lócus de análise, inscreve-se em uma linhagem de pesquisas que remontam aos trabalhos de Heraldo Maués e Angélica Motta-Maués nos anos 1970 e às investigações de Gisela Villacorta na virada do século XXI. Ao longo desse período, a pesca como eixo estruturante da vida social, enquanto a agricultura cedeu espaço a novas dinâmicas socioeconômicas e religiosas. Compreender Itapuá demanda atentar-se aos fluxos de informação e às nuances nos modos de vida, que evidenciam as interações sociais e ambientais ao longo do tempo.