Technologies in pandemic times: acceleration in the processes of production and publication
DOI:
https://doi.org/10.26694/reufpi.v10i1.802Resumo
Testemunhamos um novo agente viral de infecção respiratória, o Sars-CoV-2, que surgiu em novembro de 2019, causando uma epidemia na província de Wuhan, na China, disseminando-se rapidamente pelo mundo, culminando no reconhecimento de uma pandemia declarada em março de 2020 pela Organização Mundial da Saúde.
Diante desse novo cenário, buscaram-se diferentes estratégias para preservar a vida, frente à demanda emergencial da pandemia, e assim, passou-se a observar ampla divulgação de informações, conhecimentos e saberes estruturados sobre a pandemia em diversos meios de comunicação, para os mais variados públicos, considerando os contextos de prevenção e controle da nova doença nos serviços de saúde.
Nesse contexto, se observou uma intensa produção e publicização de tecnologias, com vistas a dar suporte aos processos de formação e atuação de estudantes, residentes e profissionais da educação e saúde. Se observou ainda a utilização de novos formatos de comunicação, para agilizar e possibilitar interações entre diferentes públicos.
Diante da abrangência da temática, a Associação Brasileira de Enfermagem Seção Pará passou a promover webinares sobre o atual contexto de pandemia, e um dos temas tratados foi “Tecnologias em tempos de pandemia”, que as autoras participaram. A partir da intensa discussão realizada sobre o tema durante a transmissão ao vivo, emergiram algumas reflexões que aqui compartilhamos.
O que constatamos em tempos de pandemia? No que diz respeito aos componentes instrumentais-materiais (tecnologias duras), os equipamentos de proteção individual (EPI) se sobressaíram em todo o território nacional. Muitos formatos foram desenvolvidos por equipes multiprofissionais e alguns especificamente por enfermeiros. A adesão que antes era de caráter individual, passou a ser em prol do coletivo, e os EPI passaram a ser requeridos e exigidos pelas equipes de enfermagem, com vistas a garantir a qualidade da segurança em distintos ambientes de atendimento.
No que tange aos componentes relacionais-informacionais (tecnologias leves e leve-duras), percebeu-se intensa produção-distribuição de livros, manuais, cartilhas, para distintos públicos, para profissionais de saúde, população em geral, e para alguns grupos específicos, como gestantes, idosos, indígenas e outros. Ressalta-se ainda que até meados do mês de abril de 2020, a ênfase da produção-publicização tecnológica recaiu sobre aspectos epidemiológicos; a partir daí, passou a ter destaque os aspectos psicológicos.
Neste período, ocorreu a produção e utilização de múltiplos formatos de tecnologias, imprimindo mudanças no processo de trabalho das equipes e no atendimento aos usuários, antes mesmo de adentrarem nos ambientes hospitalares; essas orientações se estenderam ao âmbito pré-hospitalar e atenção básica.
Em uma unidade de terapia intensiva neonatal de um hospital público de Belém, Pará, foram produzidas tecnologias de diferentes formatos; no formato tecnologia dura, ressalta-se uma máscara facial de acetato com duas tiaras, criada pela equipe de enfermagem do serviço noturno, por conta da dificuldade de se enxergar com os óculos protetores junto com os óculos de grau; no formato tecnologia leve-dura, produziram-se cinco protocolos: a) de padronização do processo de paramentação e desparamentação dos EPI utilizados nos atendimentos aos recém-nascidos suspeitos/confirmados de COVID 19; b) de intubação; c) de banho no leito; d) de aspiração oro-traqueal; e) de higiene oral; no formato tecnologia leve, foram entregues aos profissionais mensagens motivacionais, fixadas nas embalagens “quentinhas” das refeições dos que se encontravam de plantão.
A pandemia trouxe a emergencial necessidade de reinventar o ensino. Diante do novo contexto ampliou-se a discussão sobre as tecnologias da informação e comunicação (TICs), pela necessidade de substituição temporária das aulas presenciais. Este contexto criou um ambiente favorável para estimular, potencializar e aprimorar seu uso.
Vários são os exemplos de IES que reestruturaram e teceram iniciativas na busca por saídas com menor impacto negativo possível. Dentre elas, destaca-se a Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). As medidas foram pensadas para o ensino, pesquisa, extensão e administração a partir da oferta de curso on line sobre o novo coronavírus; elaboração de material educativo (infográficos, vídeos, folder, site instrucional, dentre outros); implementação da comissão de monitoramento para a comunidade acadêmica sintomática e testada positivo para COVID-19; preparo dos ambientes físicos da instituição para o retorno presencial a exemplo das salas de aula, bibliotecas, salas de reuniões, laboratórios, clínicas, sala de professores, áreas administrativas; dentre outras ações.
Assim, constatamos que a produção de tecnologias em saúde no contexto da pandemia foi acelerada abarcando diferentes formatos para diversos públicos. As tecnologias publicitadas nas mídias digitais, oriundas desse aceleramento tecnológico, vêm contribuindo com os desafios e iniciativas em unidades hospitalares e em instituições de ensino no Brasil e no mundo. A intensa produção e publicização de diferentes tipos de tecnologias contribuíram com os processos de formação e atuação de docentes e estudantes, residentes e profissionais da educação e saúde, cooperando significativamente no controle e prevenção da pandemia pela COVID-19.
Enfim, os desafios para os quais tem-se que atentar daqui em diante são para o período pós-pandemia. Que cada um de nós faça a sua parte.
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