O USO DE METÁFORAS NA POLÍTICA DO ÓDIO:
CONSIDERAÇÕES A PARTIR DA FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA
DOI:
https://doi.org/10.26694/cadpetfilo.v13i25.3630Palavras-chave:
Metáforas; Política; Ódio; LinguagemResumo
Neste artigo trataremos do tema das metáforas como agentes na produção do ódio a determinados grupos sociais. Para isso, usaremos as contribuições de Hannah Arendt (1906-1975)e Susan Sontag (1933-2004) no campo das metáforas (orgânicas e sobre doenças) que estigmatizam sujeitos. Tratamos da questãocomo manifestação de um tipo de política que suscita práticas de exclusão à determinados grupos, operando através de palavras carregadas de sentido pejorativo, cuja intencionalidade, muitas vezes, está mascarada por um campo de controle e dominação dos corpos, atrelado ao ódio racial e moral. Colocamos a discussão em outro nível, o das palavras e metáforas oriundas originalmente de diagnósticos médicos e que, de algum modo, assume outra dimensão na sociedade, qual seja: a de mortificar sujeitos através do ódio, deslocá-los e interditá-los.Desse modo, ao falarmos das metáforas situaremos as suas definições a partir do seguinte percurso. O entendimento de Hannah Arendt sobre metáforas orgânicaspresente em A Condição Humana (1958). A afirmação de Hannah Arendt sobre as metáforas orgânicas como formas de produção de atosviolentos e de discriminação, presente em Sobre a Violência (1969). E, principalmente, a proposta de Susan Sontagpresente nos livros Doença como Metáfora (1978) e AIDS e suas metáforas (1989), de que as metáforas são enganadoras, produzem mentiras, modificam a realidade e, desse modo, passam a ser utilizadas para fins políticode controle de grupos indesejados e distribuição do ódio a estes grupos. Por fim, quando necessário, recorremos a outros autores para justificar nosso posicionamento teórico.
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