A CRÍTICA DE MICHAEL SANDEL À CONCEPÇÃO DE PESSOA EM JOHN RAWLS

Autores

  • Viturino Ribeiro da Silva Universidade Federal do Piau

DOI:

https://doi.org/10.26694/pet.v6i11.2029

Palavras-chave:

Michael Sandel, John Rawls, Justiça, Pessoa

Resumo

Neste artigo pretendo apresentar a crítica de Michael Sandel à concepção de pessoa na filosofia política de John Rawls. Intento, sobretudo, apresentar a saída de Rawls e a réplica de Sandel a este problema que encoraja o debate entre ambos os autores. Para abordar este debate, faz-se necessário descrever, em linhas gerais, a descrição rawlsiana das partes na posição original. Esta descrição, segundo Sandel, pressupõe uma concepção metafísica de pessoa na medida em que apresenta o “eu anterior a seus fins”, ou seja, um “eu distinto dos fins que possui”, mas que detém a posse de tais fins. Sandel argumenta que o “eu”, pensado desta forma, constitui-se como um “eu radicalmente desprovido de corpo”, pois não está inserido em sua situação. E, como solução, Sandel sugere que o eu seja um entendido enquanto “eu situado” nas práticas sociais existentes e, por isso, constituído de seus fins e não, simplesmente, distinto deles. Sandel argumenta a favor da noção de “autoconhecimento” como elemento de reconhecimento dos vínculos constitutivos do “eu” dentro da comunidade. Com base nestas criticas, Rawls responde que a sua abordagem está restrita à concepção política de pessoa e, não necessariamente, possui implicação metafísica. Ele sugere que a sua justificação para a concepção política de pessoa encontra-se fundamentada na cultura pública democrática que enfatiza o pluralismo razoável como um fato da vida moderna, mas, ainda assim, Rawls terá que responder aos questionamentos de Sandel quanto à explicação que ele dá como justificação pública para as instituições democráticas, dentro das quais, as concepções políticas de pessoa e de justiça se desenvolvem.

Biografia do Autor

Viturino Ribeiro da Silva, Universidade Federal do Piau

Possui graduação em FILOSOFIA pela Universidade Federal do Piauí (2014). Desenvolveu pesquisa científica a partir da tradição kantiana no cenário contemporâneo da Filosofia Política (o kantismo de John Rawls). Atualmente é mestrando no Programa de Pós-graduação de Ética e Epistemologia da Universidade Federal do Piauí e desenvolve pesquisa em Filosofia Política com ênfase em Richard Rorty.

 

Referências

KYMLICKA, Will. Filosofia política contemporânea: uma introdução. Trad. Luiz Carlos Borges. São Paulo: Martins fontes, 2006.

RAWLS, John. Uma teoria da justiça. Trad. Jussara Simões. 3 ed. São Paulo: Martins fontes, 2008.

O liberalismo político. Trad. Álvaro de Vita. São Paulo: Martins fontes, 2011.

SANDEL, Michael. O liberalismo e os limites da justiça. Trad. Carlos E. Pacheco Amaral. 2 ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2005.

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Publicado

2015-04-23

Como Citar

Ribeiro da Silva, V. . (2015). A CRÍTICA DE MICHAEL SANDEL À CONCEPÇÃO DE PESSOA EM JOHN RAWLS. Cadernos Do PET Filosofia, 6(11), 21–33. https://doi.org/10.26694/pet.v6i11.2029

Edição

Seção

ARTIGOS/ VARIA

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