AS CONSEQUÊNCIAS POLÍTICAS E SOCIAIS DO CONCEITO DE TOTALITARISMO ARENDTIANO
DOI:
https://doi.org/10.26694/pet.v9i17.1984Palavras-chave:
Hannah Arendt, Totalitarismo, Liberdade, Filosofia Política, Espaço PúblicoResumo
O estudo do Totalitarismo como experiência política evidencia a busca de Hannah Arendt em compreender as estruturas políticas e sociais sob condições totalitárias. O objetivo deste trabalho é investigar as consequências políticas e sociais do conceito de Totalitarismo na obra Origens do Totalitarismo. Com este propósito, seleciona-se a obra da autora como referência e realiza-se um levantamento bibliográfico da literatura política como estratégia de estudo. Os resultados da pesquisa apontam para três fatores relevantes como consequência do Totalitarismo: o esvaziamento do espaço público e privado e da pluralidade de ação, a supressão da liberdade política e social e a destruição das condições políticas do homem. O sentido da ação política inclui as possibilidades de exercício da espontaneidade e liberdade humana nos assuntos públicos. Em contraposição ao desmoronamento da vida política moderna e do Totalitarismo, percebe-se que Arendt aposta na capacidade humana de apropriação do espaço público e na distinção das dimensões privada e pública. Diante do exposto, conclui-se que o conceito de Totalitarismo Arendtiano torna-se significativo para a compreensão dos eventos totalitários como destruidor do espaço público e da despolitização do sujeito. A teoria política de Arendt preocupa-se em descrever as consequências políticas e sociais do Totalitarismo ante a difícil tarefa de depuração do fenômeno totalitário. A partir do conceito de ação e liberdade, a autora propõe um novo começo em detrimento às consequências catastróficas do Totalitarismo.
Referências
ALVES NETO, Rodrigo Ribeiro. Alienações do mundo: uma interpretação da obra de Hannah Arendt. Rio de Janeiro: PUC-Rio; São Paulo: Edições Loyola, 2009.
ARENDT, Hannah. A condição humana. 10. ed. Trad: Roberto Raposo. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2005.
ARENDT, Hannah. Ação e a busca da felicidade. Trad. Virginia Starling. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2018.
ARENDT, Hannah. De la historia a la acción. Barcelona: Ediciones Paidós, 1995.
ARENDT, Hannah. Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.
ARENDT, Hannah. Homens em tempos sombrios. Trad. Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
ARENDT, Hannah. Sobre a violência. 9. ed. Trad: André Duarte. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.
ARENDT, Hannah. Crises da República. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, 2015.
ARENDT, Hannah. Entre o passado e o futuro. 8. ed. São Paulo: Perspectiva, 2016.
ARENDT, Hannah. Origens do totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
ASSY, Bethania. Ética, responsabilidade e juízo em Hannah Arendt. São Paulo: Perspectiva; São Paulo: Instituto Noberto Bobbio, 2015.
CARDOSO JÚNIOR, Nerione Nunes. Hannah Arendt e o declínio da esfera pública. Brasília: Senado Federal, Subsecretaria de edições técnicas, 2005.
CORREIA, Adriano. Hannah Arendt. Rio de Janeiro: Zahar, 2007.
DUARTE, André. O pensamento à sombra da ruptura: política e filosofia em Hannah Arendt. São Paulo: Paz e Terra, 2000.
FAUSTO, Ruy. O ciclo do totalitarismo. São Paulo: Perspectiva, 2017.
FRY, Karin A. Compreender Hannah Arendt. Trad. Paulo Ferreira Valério. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.
GUERRA, Elizabete Olinda. Carl Schmitt e Hannah Arendt: olhares críticos sobre a política na modernidade. São Paulo: LiberArs, 2013.
JASPERS, Karl. A questão da culpa: a Alemanha e o nazismo. Trad: Claudia Dornbusch. São Paulo: Todavia, 2018.
OLIVEIRA, Luciano. 10 lições sobre Hannah Arendt. 4. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.
ORWELL, George. O que é o fascismo?: e outros ensaios. Trad. Paulo Geiger. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
PARIS, Robert. As origens do fascismo. Trad: Elisabete Perez. São Paulo: Perspectiva, 1993.
TIBURI, Marcia. Como conversar com um fascista: reflexões sobre o cotidiano autoritário brasileiro. 7º ed. Rio de Janeiro: Record, 2016.
WAGNER, Eugência Sales. Hannah Arendt: ética & política. 2. ed. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2006.
ZIZEK, Slavoj. Alguém disse totalitarismo?: cinco intervenções no (mau) uso de uma noção. Trad. Rogério Bettoni. São Paulo: Boitempo, 2013.