DO EGOÍSMO PSICOLÓGICO A COMPAIXÃO METAFÍSICA: CONTRIBUIÇÕES SCHOPENHAEIRIANAS NO DEBATE METAÉTICO CONTEMPORÂNEO
DOI:
https://doi.org/10.26694/pet.v5i9.2056Palavras-chave:
Vontade, Representação, Egoísmo, CompaixãoResumo
No livro IV, de O mundo como vontade e representação, Arthur Schopenhauer afirma que as ações humanas podem acontecer por motivos e quietivos. As ações que levam em consideração uma cadeia de motivações são sempre auto-dirigidas, tendo em mente que os indivíduos agem pra satisfação dos seus quereres particulares. Tais ações são classificadas pelo autor de egoístas por não levarem em consideração o outro, mas os desejos que preenchem a consciência humana no ato de agir. Nesse primeiro momento a leitura schopenhaueriana da “natureza humana” corrobora com o egoísmo psicológico, pois os indivíduos procuram afirmar a sua vontade de vida por entenderem intuitivamente que a impossibilidade de efetivação dessa pulsão vital denominada vontade promove carência, sofrimento. Porém, Schopenhauer reconhece que existem ações, embora raras, desinteressadas. Nesse momento o egoísmo é suprimido e o agente moral é tomado por uma compreensão metafísica do mundo que o faz agir por compaixão. Nossa pretensão é clarificar como se dá essa passagem do egoísmo psicológico à compaixão metafísica, segundo a visão de mundo schopenhaueriana, recolocando o autor no debate metaético contemporâneo.
Referências
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