O “INTERNO” E O “EXTERNO” EM FILOSOFIA DA MENTE: WITTGENSTEIN E O PROBLEMA DA EXPERIÊNCIA CONSCIENTE
DOI:
https://doi.org/10.26694/pet.v17i14.2005Palavras-chave:
experiência consciente, qualia, interior, exterior, descrição, expressãoResumo
Suspeitando de que grande parte dos problemas atuais em filosofia da mente decorre de “nós” na teia sobre a qual estrutura-se a linguagem ordinária e o jargão filosófico pretendemos, com o presente artigo, apresentar a argumentação de Wittgenstein no que tange a identificar e dissolver o que julgamos ser os “pontos de tensão” subjacentes à colocação de alguns problemas aparentemente intratáveis na filosofia da mente contemporânea, em especial, o problema da experiência consciente, ou problema dos qualia. E, fazendo uso dos escritos de Wittgenstein (1996, 1993a, 1993b), tencionamos apresentar as reflexões de Wittgenstein no sentido de que o problema da experiência consciente “poderia” ser mais um pseudoproblema decorrente da aceitação irrefletida por parte dos filósofos e cientistas contemporâneos da terminologia cartesiana que estabelece as assimetrias entre o público (comportamento) e o privado (estados mentais), entre o interno (estados mentais) e o externo (comportamento). Em resumo, pretendemos, com o presente artigo, fazendo uso das reflexões wittgensteinianas nas obras acima citadas, examinar a relação entre o que convencionou-se chamar de “interno” e “externo”, em filosofia da mente, bem como argumentar que o problema da experiência consciente proposto por alguns teóricos contemporâneos pode ser “dissolvido” ou melhor entendido com o adequado uso da linguagem, tal como Wittgenstein sugere nas referidas obras (mesmo que no caso específico do problema mente-corpo, talvez a depuração da linguagem não ajude muito).
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