A SUPREMACIA DA RAZÃO TECNOCIENTÍFICA E A "INUTILIDADE" COMO CONDIÇÃO PARA O FILOSOFAR
DOI:
https://doi.org/10.26694/pensando.v10i20.8507Palabras clave:
Inútil, Filosofia, Ciência, TécnicaResumen
Nosso trabalho aborda um pensamento não raro, especialmente entre aqueles mais engajados na “vida ativa”, seja nos laboratórios da academia ou nos quefazeres mundanos, a “inutilidade da abordagem filosófica”, onde se considera imperativo e imediato “fazer” ou “agir”. Por se tratar o tema proposto filosoficamente, corre-se o risco de “inutilidade” de nossa abordagem do próprio tema. Todavia, diante do progresso irrefreável da técnica, e sua dominação por sobre todas as expressões da vida humana, aí incluída a própria filosofia, entendemos - com Martin Heidegger - que é precisamente nesta condição que a filosofia encontra o seu "fim", não no sentido de um esgotamento de suas possibilidades, mas como "lugar", "finalidade", "abertura" para a busca-de-si. Para levar a cabo esta empreitada, discutimos uma interpretação muito própria da abordagem filosófica e sua qualificação tendo como contraponto o pensar científico. Na parte final, refletimos sobre os conceitos de inutilidade e circularidade enquanto condição para a abertura do pensar filosófico e, por conseguinte, para uma retomada autêntica da busca-de-si.
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