SOBRE A CATEGORIA DO ESPIRITUOSO EM JOSEPH ADDISON E SEUS PRESSUPOSTOS LOCKEANOS
DOI:
https://doi.org/10.26694/pensando.v3i5.762Palavras-chave:
Joseph Addison, John Locke, Humor, Chiste, Estética BritânicaResumo
Joseph Addison (1672-1719), um dos pais da estética britânica, forneceu uma das formulações clássicas do espirituoso (esprit, wit) como conjunção de surpresa e prazer. O propósito deste artigo é o de mostrar o caráter exploratório da teorização estética britânica em seu estágio ainda embrionário. Além da precariedade conceitual, destacava-se a ênfase no prazer, constituindo, portanto, realmente um hedonismo e não apenas um sensismo (ou seja, as teorias, antes do advento do associacionismo, que postulavam sentidos para captar os prazeres estéticos). Tanto em Addison quanto em Hutcheson (1694–1746) a influência fundamental é o empirismo de Locke (1632-1704). Além dessa base psicológica, o humor e o espirituoso possuem também uma dimensão prática, vinculada ao jornalismo e à formação da esfera pública burguesa, na qual a sátira desempenhava uma função de controle normativo sobre o senso comum.
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