VIVÊNCIAS CENAS CAMPONESAS TEATRO POLÍTICO: RESISTÊNCIA E LUTA
DOI:
https://doi.org/10.26694/1517-6258.348Palavras-chave:
CENAS CAMPONESAS, TEATRO POLÍTICO, RESISTÊNCIA E LUTAResumo
Levando em consideração a agroecologia como meio sustentável de produção e conhecimento, esse trabalho é um relato de experiência das primeiras amostras feita pelo grupo de teatro Coletivo Cenas Camponesas que é um Projeto de Extensão do Curso de Licenciatura em Educação do Campo (Ledoc) da Universidade Federal do Piauí UFPI/CPCE. O grupo teatral é constituído por alguns estudantes da Ledoc e alguns convidados da área administrativa do campus. Está baseado no teatro político de Erwin, teatro épico de Brecht e no teatro do oprimido de Augusto Boal. Grupo esse, que foi criado há pouco tempo menos de dez meses, procurando mostraras realidades da sociedade em especifico à realidade enfrentada pelos camponeses do sul do Piauí que vivem à margem do agronegócio que é destaque nessa região.
Segundo Boal, (2015) podemos, portanto, entender o teatro do oprimido por meio da articulação dialética entre três eixos: forma, conteúdo e modo de produção. A questão da dialética entre forma e conteúdo tem sido bastante explorada pelos estudos acadêmicos e por nossos estudos e debates dentro do programa de extensão, assim como por nossa prática teatral.As questões do modo de produção e das relações de trabalho também estão bastantes presentes em nossa prática como coletivo teatral, contudo, deixando ainda um pouco a desejar no que diz respeito à nossa produção intelectual.
Os camponeses, mesmo estigmatizados como marginalizados socialmente, resistem à opressão e lutam para permanecer e produzir nas suas terras. É essa realidade que o Projeto de Extensão do Coletivo Cenas Camponesas traz para o teatrocom a peça “Luta nossa, camponesa” adaptada a partir de “Encruzilhada nossa, camponesa”, que trata justamente daresistência e a luta constante dos camponeses ao agronegócio. A peça conta com elementos chavesda forma de sobrevivência dos camponeses que é a terra,as sementes, osprodutos cultivados nas roças e que são usados para sua subsistência e para gerar renda.Dessa forma, a peça também traz elementos fundamentais como a feira onde são comercializados os produtos dos camponeses e ao mesmo tempo se torna um local de convívio social que faz parte da cultura camponesa. Foi com esse contexto de luta e resistência camponesa, e mostrando a realidade do extremo sul do Piauí queo grupo Cenas Camponesas foi convidado a fazer apresentações em Brasília e na cidade de Cavalcante Goiás. Durante esse período nos deparamos com apresentações teatrais de grupos que estão articulados ao Terra em Cena que é articulação de teatro político que conta com apoio de estudantes das LEDOCS de Brasília, e do Piauí professore da UNB e UFPI, mostrando que o povo pode e deve deter o conhecimento da produção teatral, que o povo é protagonista, que todos podem fazer teatro e utilizá-lo conforme seu contexto social e cultural.
Temos como apoiadores o Programa de Extensão Terra em Cena, da Faculdade UNB Planaltina, com o Núcleo de Educação, Pesquisa e Práticas em Agroecologiae Geografia (NEPPAG), da Universidade Federal de Pernambuco, com a Rede Nordeste de Núcleos de Agroecologia (RENDA) e com o Coletivo Terral de Comunicação Popular.
Objetivou-se com este relato descrever a vivência e experiência do Coletivo Cenas Camponesas nos diferentes espaços como universidade, comunidades, escolas do campo em que procurou por meio da encenação teatral mostrar as realidades das nossas comunidades, dar voz aos invisíveis e emancipar os sujeitos oprimidos.
Referências
BOAL, Augusto. Teatro Político e formação e organização social: Avanços limites e desafios da experiência dos anos 1960 ao tempo presente. 1º Edição outras expressões; São Paulo- 2015.
POLAK, Ymiracy N. de S. A desmecanização do corpo. Cogitare Enfermagem, v. 3, n. 1, 1998.
Blogger Terra em Cenas, Disponível em: <http://terraemcena.blogspot.com/2018/09/intercambio-entre-licenciaturas-em.html> Acesso em 05 de outubro de 2018.
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