TRANSIÇÃO AGROECOLÓGICA NA HORTA COMUNITÁRIA DO POVOADO SOINHO (TERESINA – PI)
DOI:
https://doi.org/10.26694/1517-6258.358Keywords:
AGROECOLÓGICA, HORTA COMUNITÁRIAAbstract
As hortas comunitárias nasceram como política pública para estancar o êxodo rural e ocupar jovens e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, podendo estimular a consciência ambiental em crianças e gerar renda para os pais (Santos et. al. 2015), se constituindo em uma atividade que se caracteriza pelo uso intensivo de mão-de-obra, podendo gerar benefícios como a diminuição do desemprego (Filgueira, 2000).
Em Teresina, o Programa de Hortas Comunitárias foi criado pela Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento – SEMAB com o objetivo inicial de contribuir para a redução da marginalidade de crianças e adolescente, mas com o passar dos anos e com a adesão dos outros membros da família (Monteiro e Monteiro, 2006), acabou-se acrescentando outros objetivos, como o de aumentar a produção hortícola, gerar emprego e renda e melhorar a alimentação das famílias horticultoras.
Em 2016, Teresina possuía 70 unidades de produção, das quais cinco aguardavam a certificação orgânica concedida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), entre elas a Horta Comunitária do Povoado Soinho que, com o apoio da Secretaria de Desenvolvimento Rural, passava por esse período de conversão ao sistema orgânico de produção subsidiada pelo enfoque da agroecologia, em outras palavras: passava pelo processo de transição agroecológica com o objetivo de futura certificação para o sistema orgânico de produção.
Sabendo que é de interesse da Prefeitura a conversão de outras hortas para o sistema orgânico de produção, visto que a procura dos consumidores por esse tipo de produto tem aumentado na capital, faz-se necessário que sejam conhecidos os agentes sociais, sua produção, o tipo de manejo adotado e as atuais formas de escoamento dos produtos.
Os objetivos desse trabalho foram descrever e analisar aspectos sociais, econômicos e tecnológicos da Horta Comunitária do Povoado Soinho em processo de transição agroecológica, apresentando o perfil das e dos horticultores e delineando sua produção.
Por fim, pode-se constatar a predominância de lotes administrados por mulheres (sendo que nesses há maior diversificação da produção hortícola, quando comparados aos lotes administrados por homens), em mais da metade desses lotes as(os) horticultoras(es) recebem ajuda de pelo menos uma pessoa da família em algum momento da produção, a carga horaria de trabalho predominante foi de cinco a sete horas diárias, sendo comercializadas trinta e seis espécies de hortaliças.
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