‘Resistir para existir’: Meninos bons de bola e uma etnografia possível sobre o se fazer time de Futebol
DOI:
https://doi.org/10.26694/rer.v5i2.13482Palavras-chave:
Futebol, Gênero, Transmasculinidades, Etnografia em contexto pandêmicoResumo
Neste ensaio, apresentamos relatos e considerações etnográficas sobre o Meninos Bons de Bola (MBB), equipe de futsal amadora da cidade de São Paulo, formada por homens trans e pessoas transmasculinas. A partir de diálogos e trocas com jogadores da equipe, revemos alguns eventos vivenciados em 2020 e 2021 na rearticulação do time diante da pandemia, sem poder realizar os encontros presenciais que davam sentido à sua existência. Refletimos nesse processo sobre os desafios e rearranjos na pesquisa etnográfica impostos pela pandemia de Covid-19. Por meio de narrativas biográficas, construídas em colaboração com jogadores do time, mostramos como os integrantes do MBB pensam suas relações com o futebol, os impactos da pandemia em suas rotinas, além dos significados de fazer parte de um coletivo acolhedor, que os possibilita jogar bola entre os seus. O artigo abarca também a retomada dos encontros presenciais do MBB, a partir do segundo semestre de 2021, momento em que sujeitos lidos como dissonantes dos padrões estabelecidos pela cisgeneridade, por meio da prática do futebol e da exposição dos seus corpos, reivindicam coletivamente o direito de aparição das suas existências em espaços públicos.
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