Presidencialismo de coalizão

uma análise da consonância da ideologia das emendas constitucionais e dos presidentes posteriores à Constituição de 1988

Autores/as

  • Lucas Barros de Oliveira Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
  • Luciana Gaspar Melquíades Duarte Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
  • Gabriel Rotmeister Delgado Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

DOI:

https://doi.org/10.26694/2317-3254.rcp.v12i1.5629

Palabras clave:

presidencialismo de coalizão, emendas constitucionais, manifestos partidários, “Esquerda”, “Direita”

Resumen

Esta pesquisa dedicou-se a averiguar a efetiva existência, na realidade brasileira, dos pressupostos do presidencialismo de coalizão, definido por Abranches (1987) como uma forma de exercício do poder em que o partido do Chefe do Executivo eleito ordinariamente não alcança maioria parlamentar, carecendo travar alianças com outros partidos para viabilizar a governabilidade. Para o alcance desse propósito, os conteúdos políticos possíveis estabelecidos pelo Manifesto Research Group (Werner; Lacewell; Volkens, 2015) foram classificados, à luz da teoria construída por Bobbio (2011), em “de esquerda”, “de direita” ou “indeterminado”. Logo após, foram analisadas as emendas à Constituição (Brasil, 1988) que tiveram seu teor classificado também como “de direita”, “de esquerda” ou “indeterminado”, em conformidade com os mesmos parâmetros. Tais critérios também foram utilizados para classificar o conteúdo do manifesto dos partidos vigente quando foram eleitos os chefes do executivo que exerceram mandato após a promulgação da Constituição (Brasil, 1988). Foi quantificada a proporção de conteúdos “de esquerda” ou “de direita” (Tarouco; Madeira, 2013) das emendas constitucionais de cada mandato, que foram comparadas com a mesma proporção mensurada no conteúdo político dos manifestos partidários. Observou-se uma proximidade entre as proporções de conteúdo “de esquerda” e “de direita” encontradas nas emendas constitucionais editadas nos períodos correspondentes a cada mandato e no manifesto eleitoral dos partidos até 2018, tendo sido o resultado referente ao governo Bolsonaro uma exceção. Confirmou-se a hipótese de que existe ingerência da Chefia do Executivo no Congresso Nacional como fruto provável da formação de coalizões.

Biografía del autor/a

Lucas Barros de Oliveira, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Bacharel em Direito na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Mestrando em Direito e Inovação pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Luciana Gaspar Melquíades Duarte, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Doutora em Direito Público pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Mestra em Direito Administrativo pela UFMG. Bacharela em Direito pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Professora na UFJF.

Gabriel Rotmeister Delgado, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Bacharel em Direito na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Mestrando em Filosofia pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Publicado

2023-01-23