Ruptura e transição à sombra das elites
análise sociológica do papel da conciliação de classes no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.26694/2317-3254.rcp.v11i2.6130Palavras-chave:
ditadura militar, transição política, conciliação de classes, esquerda da ordem, bolsonarismoResumo
A partir do método genealógico, compreendendo os discursos em análise como dispositivo concreto de contrafação a induzir práticas e condutas políticas determinadas, os interesses populares é contraditado pelo discurso da esquerda da ordem no período da redemocratização e, concomitantemente, vê-se o crescimento da religiosidade fundamentalista, a implicar crescimento das posições conservadoras na sociedade brasileira. Com um recorte entre 1964 e 2022, a hipótese de que a conciliação de classes foi o motor da redemocratização é escrutinada a partir das referências informativas contidas nos jornais da época, artigos e proposituras partidárias, produzindo nos grupos políticos em acordo os limites estratégicos de intervenção nos conflitos de classes e nas reformas sociais pós-ditadura militar, a induzir o reforço dos valores moralmente tradicionais. Neste artigo procuramos recuperar parte dos acontecimentos e das condições históricas passadas que cimentaram, ao longo das lutas sociais, uma posição política conservadora de parte da população e da esquerda brasileira, a partir de uma reflexão histórica, sociológica e política, e inferir as razões da guinada à extrema direita e à bipolaridade da política institucional brasileira, contemporaneamente.