Diabetes Mellitus: a serious public health problem
Abstract
DOI: https://doi.org/10.26694/reufpi.v4i4.5003
O Diabetes Mellitus (DM) é considerado um sério problema de saúde pública e essa afirmativa pode ser, facilmente, comprovada quando se busca informações sobre o assunto. Na verdade, o DM é considerado um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos, o qual necessariamente apresenta em comum a hiperglicemia. Por sua vez, o aumento da glicemia pode estar relacionado a um defeitona secreção do hormônio insulina (liberado através das células beta pancreáticas), na ação do próprio hormônio ouem ambas as situações.
Sabe-se que a classificação do DM não está mais baseada em seu tipo de tratamento e, sim, na etiologia, merecendo destaque os seguintes tipos: Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1), Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) e o Diabetes Gestacional (DG). Por estar presente de forma mais expressiva na população, o DM2 vem sendo rotina na vida de muitas pessoas em todo o mundo e, no Brasil,a situação não poderia ser diferente. Os dados epidemiológicos demonstram que, no mundo, a cada seis segundos uma pessoa morre de diabetes e, dentro desse contexto,o Brasil ocupa hoje o quarto lugar no ranking de países com o maior número de casos, uma vez que se estima que 14,3 milhões de brasileiros sejam diabéticos(1).
Esse crescente aumento de casos pode ser justificado ao ser levado em consideração o fato da situação de saúde do nosso país vivenciar uma forma de transição epidemiológica bastante singular, diferente da transição clássica dos países desenvolvidos. Vivenciamos uma tripla carga de doenças pois temos, ao mesmo tempo, uma agenda não concluída de infecções, desnutrição e problemas de saúde reprodutiva; as doenças crônicas (dentre elas o diabetes); e o forte crescimento das causas externas(2).
Responsável por cerca de 90 a 95% dos casos de diabetes, o DM2 merece atenção no que se refere ao quesito prevenção. O excesso de peso (sobrepeso e obesidade), o sedentarismo e os maus hábitos alimentares (consumo exagerado de açúcar e baixo consumo de frutas e vegetais) são alguns dos fatores de risco modificáveis que devem ser trabalhados no sentido da identificação precoce e, consequentemente, da implementação de medidas de controle.
Um dos fatos mais curiosos é que antigamente tínhamos os casos de DM2 concentrados na população com idade superior aos 40 anos. Porém, essa realidade já vem sendo modificada e, atualmente, as crianças e os adolescentes já vêm apresentando números significativos no que tange à presença dos fatores de risco para diabetes, o que acaba por aumentar, de forma expressiva, as chances desse jovem se tornar um adulto com a doença.
Outro aspecto que merece destaque é a adesão da pessoa com diabetes aos medicamentos prescritos. Mesmo após a implantação do Programa Saúde da Família (1994) e do Plano de Reorientação da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus – HIPERDIA (2001), é comum identificarmos que os pacientes não seguem as recomendações no que se refere à tomada dos remédios, seja pela constatação do não controle metabólico da doença ou, simplesmente, pelo acúmulo de fármacos nas próprias residências, situação verificada durante as visitas domiciliares. Dentro desse contexto, nos faz surgir o seguinte questionamento: Qual o sentido de se entregar gratuitamente tantos medicamentos e não controlar a adesão medicamentosa dos pacientes?
Tal questionamento vem sendo objeto de pesquisa em todo o país. Pesquisadores já têm constatado, por exemplo, que a não adesão aos antidiabéticos orais pode chegar a 86,3%, dependendo do teste utilizado(3). Além disso, já se sabe qual teste indireto é o mais adequado para ser utilizado em pacientes diabéticos da Atenção Básica de Saúde, cabendo aos profissionais de saúde e à gestão o seu uso rotineiro(4). A não adesão é preocupante, uma vez que não fazer uso adequado dos fármacos, aumenta significativamente as possibilidades de surgimento das complicações crônicas, como: retinopatia, nefropatia e neuropatia diabética, o que eleva drasticamente os gastos do Sistema Único de Saúde (SUS), além de reduzir a qualidade de vida dos pacientes e impactar, de forma negativa, na saúde de toda a família.
Acrescenta-se, ainda, que existe um interesse crescente de pessoas com DM2 e de estudiosos dessa doença no uso da medicina alternativa e complementar (MAC) no controle glicêmico e na prevenção de complicações diabéticas. Um grande exemplo é o uso da farinha da casca do maracujá amarelo, mostrando-se bastante promissor. Outras ações, não menos importante, recai sobre o desenvolvimento de novas tecnologias, como aplicativos móveis para serem usados em celulares e tabletes, com o intuito de promover o autocuidado.
Diante desse cenário, a comunidade científica, os profissionais de saúde, as Instituições de Ensino Superior, através de seus docentes e discentes, e principalmente, as pessoas com DM2 devem unir esforços no sentido de controlar a enfermidade, reduzindo os fatores de risco modificáveis, aderindo a um estilo de vida saudável, o que inclui a prática regular de exercícios físicos, além da adesão ao tratamento medicamentoso dispensado.
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