APRENDER A CUIDAR DE SI: SÊNECA E O ÓCIO CRIATIVO

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Luizir de Oliveira

Resumo

O modo como os homens conduzem suas vidas em meio às atribulações cotidianas, deixando-se levar por um sem-número de atividades que, em vez de lhes trazerem satisfação, acabam por torná-los ainda mais afastados de si mesmos segue sendo uma preocupação no mundo “pós-moderno”. Contrariamente ao fast  living,  reforça-se  uma  atitude  slow  down,  não  como  um  mero  afastamento  sistemático  dos  afazeres cotidianos, mas como um modo de vida que procure ressaltar a importância de se dedicar ao otium: uma vida quantitativamente menos atribulada, mas sobretudo qualitativamente mais gratificante. Ocupar-se consigo mesmo constitui a base mesma do cura sui, porque cuidar de si requer um distanciamento dos apelos da exterioridade, como bem nos mostra Sêneca em De otio. Resgatá-lo pode nos mostrar que o diálogo com o pensamento antigo segue sendo muito proveitoso: ensina-nos como nos conduzir através das dificuldades cotidianas a fim de alcançarmos um autodomínio que possibilite um estado de consciência tranqüilo.

Detalhes do artigo

Como Citar
Oliveira, L. de . (2011). APRENDER A CUIDAR DE SI: SÊNECA E O ÓCIO CRIATIVO. Cadernos Do PET Filosofia, 2(3), 12-23. https://doi.org/10.26694/pet.v2i3.2135
Seção
DOSSIÊ

Referências

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STOICHI ANTICHI. Tutti I frammenti. Raccolti da Hans von Arnim. Introduzione, traduzione, note e apparati a cura di Roberto Radice. Presentazione di giovanni Reale. Texto greco e latino a fronte. Milano: Rusconi, 1999.