TECNOLOGIAS E CIBERCULTURA: PROBLEMATIZAÇÕES CONCEITUAIS A PARTIR DE PIERRE LÉVY
DOI:
https://doi.org/10.26694/pet.v4i8.2073Palavras-chave:
filosofia, cibercultura, tecnologiasResumo
Ao estudarmos a Cibercultura na perspectiva de Pierre Lévy, perceberemos a existência de certa unilateralidade, uma absolutização do ciberespaço e de seu papel na sociedade contemporânea. Isso se manifesta claramente na visão de Lévy quando o mesmo fala que o ciberespaço levará a uma reunificação da humanidade, transpondo as barreiras geográficas, históricas, culturais e de classe. Apesar dos grandes movimentos de dispersão e de aglutinação apontados pelo filósofo terem acontecido de fato, a maneira posta tende para uma explicação que naturaliza esse movimento, que o inscreve como independente dos conflitos e dos percalços históricos. Tudo isso partindo de uma crença que o resultado será positivo para a sociedade como um todo e para o desenvolvimento dos indivíduos. Porém, o movimento geral que está a se realizar não aponta objetivamente neste sentido, aliás, revela direção oposta, aprofundando problemas sociais, conflitos e disputas dentro do mundo do ciberespaço. Lançando à margem do processo milhões de seres humanos, regiões inteiras do globo, culturas e histórias. Mas, Levy aponta isso como um processo natural, quase um darwinismo social e tecnológico que irá aprimorar a vida no planeta.Nesse sentido, o pensador Pierre Levy não ver os conflitos sociais como elementos impulsionadores e decisivos das soluções e perspectivas dos processos em curso, mas como meros coadjuvantes de uma força maior, com sentido já determinado, o que irá configurar um futuro melhor. Visto desta forma, os conflitos representariam meros retardamentos do processo, onde deveríamos evitá-lo, nos reservando a condição de observadores e impulsionadores deste movimento pré-determinado.
Referências
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