O REPUBLICANISMO DE TOCQUEVILLE COMO CRÍTICA AO DESPOTISMO NAS ERAS DEMOCRÁTICAS

Autores

  • Juliano Cordeiro da Costa Oliveira UFPI

DOI:

https://doi.org/10.26694/pensando.v10i21.8188

Palavras-chave:

Republicanismo, Tocqueville, Despotismo, Democracia

Resumo

O objetivo deste artigo é investigar o republicanismo presente no pensamento de Alexis de Tocqueville, como crítica ao despotismo nas eras democráticas. Para tanto, seguiremos a leitura interpretativa de autores contemporâneos como Hannah Arendt, Charles Taylor e Jacques Rancière, que destacam, em suas reflexões, a interpretação de Tocqueville acerca da revolução americana, enfatizando os limites e as possibilidade de uma política participativa como crítica a um despotismo emergente na democracia. Tocqueville observa uma tendência, na democracia, de um crescente individualismo moderno, junto com a perda dos laços comunitários, essenciais para a vida pública. Ele mostra-se preocupado com a indiferença pela política enquanto participação da sociedade nas decisões, havendo o perigo de uma nova, especificamente moderna, forma de despotismo. Não será uma tirania do terror e da opressão. O governo poderá até se manter com eleições periódicas. Porém, tudo poderá ser governado por um enorme poder tutelar sobre o qual o povo terá pouco ou nenhum controle. Esse tipo de servidão regrada, doce e calma pode perfeitamente se estabelecer nas democracias. Somente com uma cultura de participação política, através de associações comunitárias, em vários níveis do poder, poderemos, diz Tocqueville, combater o despotismo crescente na democracia.

Referências

ARENDT, Hannah. Sobre a revolução. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

ARON, Raymond. As etapas do pensamento sociológico. 7.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

FORST, Rainer. Contextos da justiça: filosofia política para além de liberalismo e comunitarismo. São Paulo: Boitempo, 2010.

RANCIÈRE, Jacques. O ódio à democracia. São Paulo: Boitempo, 2014.

TAYLOR, Charles. Argumentos filosóficos. São Paulo: Edições Loyola, 2000.

TAYLOR, Charles. A ética da autenticidade. São Paulo: Realizações Editora, 2011.

TAYLOR, Charles. As fontes do self: a constituição da identidade moderna. 4.ed. São Paulo: Edições Loyola, 2013.

TOCQUEVILLE, Alexis de. A democracia na américa (livro I): leis e costumes: de certas leis e certos costumes políticos que foram naturalmente sugeridos aos americanos por seu estado social democrático. 3.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2014a.

TOCQUEVILLE, Alexis de. A democracia na américa (livro II): sentimentos e opiniões: de uma profusão de sentimentos e opiniões que o estado social democrático fez nascer entre os americanos. 2.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2014b.

TOCQUEVILLE, Alexis de. O antigo regime e a revolução: São Paulo: Edipro, 2017.

WEBER, Max. Ciência e política: duas vocações. 18.ed. São Paulo: Editora Cultrix, 2011.

Downloads

Publicado

24-01-2020

Como Citar

COSTA OLIVEIRA, Juliano Cordeiro da. O REPUBLICANISMO DE TOCQUEVILLE COMO CRÍTICA AO DESPOTISMO NAS ERAS DEMOCRÁTICAS. PENSANDO - REVISTA DE FILOSOFIA, [S. l.], v. 10, n. 21, p. 123–131, 2020. DOI: 10.26694/pensando.v10i21.8188. Disponível em: https://periodicos.ufpi.br/index.php/pensando/article/view/3487. Acesso em: 23 nov. 2024.

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.