Édipo entre a voz, a escuta e o caminho

Autores

  • Fabiano Incerti PUCPR

DOI:

https://doi.org/10.26694/pensando.vol14i31.4113

Palavras-chave:

Michel Foucault, escuta, caminho, voz, Édipo-Rei

Resumo

O objetivo deste artigo é mostrar como a relação entre a voz, a escuta e o caminho são decisivos para o desenrolar trágico do drama edipiano. Desde a escuta do oráculo apolínio, passando pelos vaticínios do vidente cego, Édipo coloca-se a caminho, sempre em busca de encontrar verdadeiramente quem ele é e qual o seu destino. Partindo das leituras foucaultianas e em diálogo com outros estudiosos dessa peça milenar, é possível perceber que o novo modelo judiciário implantado pelo próprio rei de Tebas para descobrir o assassino do antigo soberano, o condena a escutar a palavra da qual, por todo tempo, ele furtou-se. E a salvação da cidade? Esta não passa de um efeito de luzes e sonoridades: uma forma de fazer a verdade surgir para que todos possam vê-la e ouvi-la e, assim, se recuperar a ordem perdida.

Biografia do Autor

Fabiano Incerti, PUCPR

Possui licenciatura em Filosofia e História pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (1998), mestrado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (2007), doutorado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2013) e Pós-doutorado em Ciências Sociais pela Universidad de Buenos Aires. Atualmente é diretor do Instituto Ciência e Fé e Professor do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Tem experiência na área de Filosofia, atuando principalmente nos seguintes temas e autores: filosofia moderna e contemporânea, diagnósticos críticos da contemporaneidade, tragédia grega, diálogo ciência, cultura e fé, mística e espiritualidade; Michel Foucault, Pierre Hadot, Roland Barthes.

Referências

BETINNE, Maurizio.; GUIDORIZZI, Giullio. El mito de Edipo: imágenes y relatos de Grecia a nuestros dias. Madrid: Ediciones Akai, 2008.

CABRAL, Luiz Alberto Machado. Hino homérico a Apolo. São Paulo: Ateliê Editorial, 2004.

DETIENNE, Marcel. Apollon, le couteau à la main: une approche expérimentale du polythéisme Grec. Paris: Gallimard, 2009.

DUMÉZIL, George. Esquisses de mythologie: Apollon sonore. Paris: Quarto Gallimard, 2003.

FOUCAULT, Michel. Le Gouvernement de soi et des autres. Paris: Gallimard; Seuil, 2008.

_____________. Leçons sur la volonté de savoir. Cours au Collège de France. 1970-1971. Paris: Gallimard; Seuil, 2011.

INCERTI, Fabiano. O nascimento do inquérito na tragédia de Édipo-Rei: uma leitura foucaultiana. kriterion, Belo Horizonte, no 134, Ago./2016.

SÓFOCLES. Édipo-Rei. Rio de Janeiro: Lamparina, 2004.

SÓFOCLES. Édipo-Rei de Sófocles. São Paulo: Perspectiva. (Edição Bilíngue Grego- Português), 2012.

SOPHOCLE. Œdipe roi. Paris: Les Belles Lettres. (Edição Bilíngue Grego-Francês), 2007.

SOPHOCLE. Tragédies. Paris: Les Belles Lettres, 1962.

VERNANT, Jean-Pierre. VIDAL-NAQUET, Pierre. Mito e tragédia na Grécia antiga, São Paulo: Perspectiva, 1999.

Downloads

Publicado

06-05-2023

Como Citar

INCERTI, Fabiano. Édipo entre a voz, a escuta e o caminho. PENSANDO - REVISTA DE FILOSOFIA, [S. l.], v. 14, n. 31, p. 44–54, 2023. DOI: 10.26694/pensando.vol14i31.4113. Disponível em: https://periodicos.ufpi.br/index.php/pensando/article/view/4113. Acesso em: 24 nov. 2024.

Edição

Seção

ARTIGOS/VARIA