Édipo entre a voz, a escuta e o caminho
DOI:
https://doi.org/10.26694/pensando.vol14i31.4113Palavras-chave:
Michel Foucault, escuta, caminho, voz, Édipo-ReiResumo
O objetivo deste artigo é mostrar como a relação entre a voz, a escuta e o caminho são decisivos para o desenrolar trágico do drama edipiano. Desde a escuta do oráculo apolínio, passando pelos vaticínios do vidente cego, Édipo coloca-se a caminho, sempre em busca de encontrar verdadeiramente quem ele é e qual o seu destino. Partindo das leituras foucaultianas e em diálogo com outros estudiosos dessa peça milenar, é possível perceber que o novo modelo judiciário implantado pelo próprio rei de Tebas para descobrir o assassino do antigo soberano, o condena a escutar a palavra da qual, por todo tempo, ele furtou-se. E a salvação da cidade? Esta não passa de um efeito de luzes e sonoridades: uma forma de fazer a verdade surgir para que todos possam vê-la e ouvi-la e, assim, se recuperar a ordem perdida.
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