POR UMA “ONTOLOGIA POÉTICA”: A INTERFACE “ARTE” E “POESIA” (DICHTUNG) EM MARTIN HEIDEGGER

Autores

  • Danjone Regina Meira USP

DOI:

https://doi.org/10.26694/pensando.v8i16.6417

Palavras-chave:

Heidegger, Arte, Poesia, Ontologia, História

Resumo

Esta pesquisa investiga a questão da arte segundo a ontologia de Heidegger. A compreensão da arte é apresentada em sua relação fundamental com o primado da “questão do Ser”. Se enfatiza que a compreensão da essência da arte se realiza a partir de um caminho “hermenêutico-fenomenológico” presente no pensamento de Heidegger. Há uma descrição fenomenológica da arte na filosofia de Heidegger, mesmo após a “viragem” (Kehre). Com isso, para se compreender a arte é necessário “voltar às coisas mesmas” e contemplar o “enigma da arte” em sua essência. A partir dos fundamentos da relação entre arte e “Poesia” (Dichtung), questionamos como esta relação contribui para a definição ontológica da arte. Nesse momento, ressaltaremos que o filósofo alemão compreende a “Poesia” (Dichtung) sob a perspectiva do “poeta dos poetas”: Hölderlin. Dando, então, um novo início para a compreensão do “enigma da arte”, quando afirma que a “arte é ‘Poesia’ (Dichtung)”. Nesse sentido, defendemos que a ontologia de Heidegger, após a viragem (Kehre) é, de modo inaugural, uma “ontologia poética”. E, é somente mediante uma perspectiva ontológica da “Poesia” (Dichtung) que se pode ver, de modo originário, o acontecimento da verdade na arte e a sua realização na obra de arte. Mostraremos, por fim, a relevância daquilo que denominamos “ontologia poética” em Heidegger na compreensão da arte sob uma nova perspectiva.

Referências

CRITCHLEY, Simon; SCHÜRMANN, Reiner. Sobre o Ser e Tempo de Heidegger. Rio de Janeiro; RJ: Mauad X, 2016.

GADAMER, Hans-Georg. Begegnugen mit Martin Heidegger, Franfurter Allgemeine Zeitung, Suppl. Littéraire. 28 de Setembro de 1974. Apud. ALBENQUE, P. "Martin Heidegger in Memoriam". In: O que nos faz pensar. Nº 10, vol 1, outubro de 1996, p.25.

GADAMER, Hans-Georg. Los caminos de Heidegger. Trad. Angela Ackermann Pilári. Barcelona: Herder, 2002.

HEIDEGGER, Martin. Ser e Tempo. Tradução de Márcia de Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.

HEIDEGGER, Martin. A origem da obra de arte. Trad. de Idalina Azevedo e Manuel Antônio de Castro. São Paulo: Edições 70, 2010.

HEIDEGGER, Martin. Introdução à metafísica. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1969.

HEIDEGGER, Martin. Parmênides. Tradução Sérgio Mário Wrublevski - Petrópolis: Vozes; Bragança Paulista, 2008.

HEIDEGGER, Martin. A origem da obra de arte. In. Caminhos de floresta. Lisboa: Fundação Caloustre Gulbenkian, 2002.

HEIDEGGER, Martin. A caminho da linguagem. Tradução Márcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis, RJ: Vozes: Bragança Paulista, SP: Editora Universitária São Francisco, 2003.

HEIDEGGER, Martin. Hölderlin y la esencia de la poesía; edición, traducción, comentarios y prólogo de Juan David García Bacca. - Barcelona: Anthropos, 1994.

HEIDEGGER, Martin. Conferências e Escritos Filosóficos. Tradução e notas Ernildo Stein. São Paulo: Editora Nova Cultural Ltda, 1999.

Downloads

Publicado

2018-03-04

Como Citar

REGINA MEIRA, Danjone. POR UMA “ONTOLOGIA POÉTICA”: A INTERFACE “ARTE” E “POESIA” (DICHTUNG) EM MARTIN HEIDEGGER. PENSANDO - REVISTA DE FILOSOFIA, [S. l.], v. 8, n. 16, p. 164–192, 2018. DOI: 10.26694/pensando.v8i16.6417. Disponível em: https://periodicos.ufpi.br/index.php/pensando/article/view/3403. Acesso em: 2 jul. 2024.

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.