LINGUAGEM, CONHECIMENTO E RELIGIÃO: OS DIVERSOS SENTIDOS DE ‘ACREDITAR’. WITTGENSTEIN E A ESPECIFICIDADE DA CRENÇA RELIGIOSA

Autores

  • Eduardo Gomes de Siqueira

DOI:

https://doi.org/10.26694/pensando.v6i12.3235

Palavras-chave:

Wittgenstein, crença cognitiva, crença religiosa, gramática filosófica, termos psicológicos

Resumo

O objetivo do texto é mostrar a pertinência da discussão do conceito de crença religiosa tanto quanto à especificidade deste tipo de crença (objeto) quanto ao modo de fazê-lo (método), desde um ponto de vista wittgensteiniano, na interface entre a teoria do conhecimento e a filosofia da religião. Abordando a questão pelo ângulo da filosofia da linguagem do segundo Wittgenstein, procuramos mostrar alguns problemas semânticos e pragmáticos envolvidos na significação da palavra ‘crença’, um termo psicológico essencialmente vago, mas indispensável tanto para a discussão epistemológica (a justificação pública das crenças) como para a filosofia da religião (a especificidade das regras do jogo de linguagem religioso), além de possuir outros usos cotidianos dotados de sentido. O artigo quer mostrar, enfim, a particularidade do método descritivo-gramatical de Wittgenstein para obter uma visão perspícua (übersichtlich Darstellung) das regras dos diferentes jogos que jogamos quando falamos de acreditar em algo, em distintas circunstâncias, o que pode ser um bom remédio contra as confusões conceituais sistemáticas que promovemos entre os diversos sentidos de acreditar, confusões estas que parecem estar na base de posições neofundamentalistas (tanto as cientificistas/naturalizadas como as fideístas/dogmáticas) pelas quais voltamos a ser assolados neste confuso reinício de milênio.

Referências

MONK, R., Wittgenstein O Dever do Gênio - uma biografia, S.Paulo: Cia das Letras, 1995.

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Publicado

2016-04-25

Como Citar

GOMES DE SIQUEIRA, E. . LINGUAGEM, CONHECIMENTO E RELIGIÃO: OS DIVERSOS SENTIDOS DE ‘ACREDITAR’. WITTGENSTEIN E A ESPECIFICIDADE DA CRENÇA RELIGIOSA. PENSANDO - REVISTA DE FILOSOFIA, [S. l.], v. 6, n. 12, p. 188-213, 2016. DOI: 10.26694/pensando.v6i12.3235. Disponível em: https://periodicos.ufpi.br/index.php/pensando/article/view/3309. Acesso em: 6 maio. 2024.