CONSERVAÇÃO AMBIENTAL NA ÁREA DE TENSÃO ECOLÓGICA DA PARTE SETENTRIONAL DA BACIA DO PARNAÍBA
Palavras-chave:
Parnaíba.Resumo
As áreas de tensão ecológica são espaços geográficos situados na interface entre diversos ecossistemas sujeitos ou não às pressões antrópicas. O estudo de Rivas (1996), definiu duas áreas: uma na parte setentrional da bacia, enquadrando o médio e baixo curso do Parnaíba e seus afluentes, e a outra, na região meridional, centralizada no vale do Gurguéia. O uso e a ocupação inadequada na área de tensão ecológica da parte setentrional da Bacia do Parnaíba têm alterado o equilíbrio ecossistêmico das áreas de nascentes e faixas marginais dos cursos d’água. A pesquisa tem por objetivos discutir metodologias de zoneamento geográfico e de cartografia digital e demonstrar as possibilidades de sua aplicação na análise de áreas de interesse de programas de pesquisas voltados para a conservação ambiental, tomando como estudo de caso a área de tensão ecológica setentrional da bacia hidrográfica do rio Parnaíba; caracterizar as bases físicas da região em estudo, detalhando os geossistemas/geofacies e identificar a situação ambiental, segundo Rivas (1996); criar uma base digital através dos problemas ambientais localizados na região de estudo, a partir dos programas de geoprocessamento Carta Linx 4.2 e Arc View 3.2a; discutir aspectos da conservação ambiental na área de tensão ecológica envolvida e propor recomendações para conservação ambiental na área de estudo a partir da identificação de setores prioritários. A metodologia compreendeu no levantamento de referências sobre a conservação ambiental no Brasil, planejamento e zoneamentos ambientais no Brasil; o zoneamento geoambiental elaborado pelo IBGE para a bacia hidrográfica do Parnaíba e a aplicação da cartografia digital (Carta Linx 4.2 e Arc View 3.2a). Foram georreferenciadas as informações sobre a caracterização geoambiental, e em seguida sobrepostos os mapas digitais sobre divisão municipal, bacias e situação ambiental para seleção de setores prioritários para conservação. Com os resultados obtidos, o estudo de Rivas (1996) definiu a área de estudo em ambientes com situação estabilizada, satisfatória, tolerável, ruim, grave e crítica. Do cruzamento das variáveis como situação ambiental, municípios, bacias, unidades de conservação e áreas de paisagem relevante com potencial para o turismo foram apontados cinco setores com prioridades para conservação na área de estudo, onde a situação do ambiente foi classificada como crítica, grave e ruim: cabeceiras do rio Sambito (setor 1: situação crítica), médio e baixo curso do rio Parnaíba (setor 2: situação grave), médio e baixo curso do rio Canindé (setor 3: situação grave), curso do rio Longá (setor 4: situação ruim) e terraços fluviais situados entre o médio e baixo curso do rio Parnaíba (setor 5: situação ruim). Constatou-se, também que a maioria das unidades de conservação se encontram em ambientes de situações estabilizada, satisfatória e tolerável, sendo que apenas três unidades como Parque Zoobotânico, Parque das Mangueiras e Parque Ecológico Cachoeira do Urubu se localizam no ambiente de situação ruim (setor 4 e 5). Com relação às áreas de paisagem relevante com potencial para o turismo como Serra de Santo Antônio (Campo Maior – PI), Pedra do Castelo (Castelo do Piauí – PI), Cânion do Poti (Buriti dos Montes – PI) e Serra dos Matões (Pedro II – PI) não estão localizadas em ambientes de situação crítica, grave e ruim. O zoneamento geoambiental e a cartografia digital são importantes instrumentos para indicação de setores prioritários para fins de conservação, fornecendo, assim, elementos para o desenvolvimento de estudos futuros na área de tensão ecológica da parte setentrional da Bacia do Parnaíba.
Referências
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