Mulheres atingidas pela mineração e barragens
impactos e resistências
DOI:
https://doi.org/10.26694/2317-3254.rcp.v10i2.5357Palavras-chave:
neoextrativismo mineral, conflitos socioambientais, violências patriarcais, mulheres, lutas ambientaisResumo
À luz do arcabouço teórico da Psicologia Socio-histórica e do Feminismo comunitário latino-americano, o presente estudo visou a compreender os impactos psicossociais vivenciados pelas mulheres atingidas pela mineração e barragens e as estratégias de mobilização e resistências territoriais adotadas. Através da metodologia de pesquisa bibliográfica foi realizada uma revisão da literatura pré-existente em que se pode observar que nos territórios onde ocorre exploração mineral as mulheres conformam o grupo social mais vulnerável aos múltiplos impactos psicossociais, socioeconômicos e ambientais. As mulheres negras, indígenas, quilombolas, pescadoras e camponesas estão mais suscetíveis à perda de soberania alimentar, tendo em vista a contaminação do solo e das águas por resíduos tóxicos; à perda de trabalho e renda, e consequente empobrecimento; à alteração do seu modo de vida, deslocamento compulsório e enfraquecimento dos laços comunitários, além do aumento da sobrecarga de trabalho doméstico e de cuidados com os membros da família, exposição a problemas de saúde típicos de territórios atingidos por megaprojetos e as violências patriarcais, com destaque para a violência doméstica, violência sexual, prostituição e exploração sexual de crianças e adolescentes. As mulheres protagonizam ainda os processos de resistência e as lutas ambientais em suas comunidades de origem, criam estratégias de mobilização comunitária e se posicionam contra o modelo de desenvolvimento econômico capitalista baseado na espoliação e mercantilização da natureza.