PSICOMOTRICIDADE AQUÁTICA E A PESSOA IDOSA: PRINCÍPIOS E ABORDAGENS DA PRÁTICA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26694/caedu.v5i3.5121

Palavras-chave:

Envelhecimento, Idosos, Psicomotricidade aquática

Resumo

O envelhecimento é um fator comum aos seres humanos. Este processo implica em alterações de ordem física, mental e social que repercutem na saúde dos indivíduos, tornando-os cada vez menos autônomos. No âmbito nacional, o envelhecimento populacional tende a provocar grandes alterações demográficas, trazendo a necessidade da elaboração de programas e políticas públicas que contemplem esta população, sendo o professor de Educação Física capaz de desempenhar um papel fundamental neste processo, atuando na educação e na atenção primária à saúde. No que tange à psicomotricidade, a mesma abarca as mudanças decorrentes do envelhecimento através do fenômeno da retrogênese psicomotora e oferece uma série de alternativas para mitigar esse processo, seja em solo como no meio aquático. Neste último, o baixo impacto articular é fator preponderante para que idosos sejam instruídos a procurá-lo. Desta forma, o objetivo deste trabalho consistiu em investigar os princípios e características mais importantes em abordagens psicomotoras realizadas com idosos no meio aquático. Para isso, realizou-se uma pesquisa de caráter exploratório, que através de uma pesquisa bibliográfica delimitou os alicerces teóricos do estudo. Apesar da pouca bibliografia produzida acerca da temática, a literatura mostra que estas atividades são capazes de proporcionar efeitos positivos neste público, com seu conteúdo sendo marcado por atividades em grupo, explorando dinâmicas lúdicas ou modalidades de conhecimento popular, inserindo conceitos psicomotores na execução destes protocolos. Portanto, esta pesquisa constatou que essas abordagens psicomotoras aquáticas contribuem de forma considerável no retardamento dos efeitos da retrogênese, sendo recomendável para idosos, principalmente aqueles com maior fragilidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Cleisson Barbosa da Silva Oliveira, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Possui graduação em Educação Física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2022). Membro do Laboratório de Pesquisas Educacionais e de História das práticas corporais, da Educação Física e dos esportes e do Grupo de Pesquisa em Ciências dos Esportes Aquáticos (GPCEA) da Escola de Educação Física e Desportos da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Ricardo Martins Porto Lussac, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Professor Adjunto da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), lotado no Setor de Psicomotricidade, no Departamento de Corridas, onde atua como pesquisador líder coordenando o Laboratório de Pesquisas Educacionais e de História das práticas corporais, da Educação Física e dos esportes - LAPEHPEFE. Atualmente integra o BASis, sendo avaliador institucional externo do SINAES pelo INEP. É Doutor em Educação (2016) pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, ProPEd-UERJ (Conceito 7 CAPES). Mestre em Ciência da Motricidade Humana pelo PROCIMH da UCB (2009). Possui Especialização em Psicomotricidade (2004) e Complementação Pedagógica em Didática do Ensino Superior pela UCAM (2004). Tem formação em Graduação Plena em Educação Física (Licenciatura e Bacharelado) pela UNESA (2000) e também é Graduado em Pedagogia (Licenciatura) pela UNINOVE (2014). No âmbito da formação cultural, artística e dos esportes é Mestre de Capoeira desde 1997. Lecionou em IES privadas e como servidor público atuou por mais de doze anos como Professor na Educação Básica na Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e na Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro. Também como servidor público, na Prefeitura de Nilópolis - RJ, foi Coordenador da Escola Municipal de Capoeira Mestre Pastinha, da Secretaria de Cultura, e Professor da Secretaria de Educação. Possui experiência na área de Educação Física e Pedagogia, com ênfase em Ensino Superior (Ensino, Pesquisa e Extensão), em toda a Educação Básica (Educação Infantil e Ensino Fundamental, Ensino Médio, EJA, Profissional Técnico e Educação Especial), Cursos Livres e Projetos Culturais, Artísticos e Comunitários. Possui uma experiência eclética e ampla por ter atuado em diversas áreas ao longo da carreira. Atualmente tem seu foco de pesquisa principalmente direcionado para a Psicomotricidade e para os processos pedagógicos da Capoeira sob a perspectiva e abordagem das áreas da Educação Física, da História e da Educação. Em 2012 recebeu o Prêmio de Menção Honrosa no Concurso de Monografias do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, Prêmio Afonso Carlos Marques dos Santos.

Referências

ACSM (AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE). Diretrizes do ACSM para os testes de esforço e sua prescrição. 9. ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2014.

BENJAMIN, E. R. B. Efeitos de um programa de psicomotricidade relacional no meio aquático sobre o comportamento social em crianças com transtorno do espectro autista. Ponta Grossa. Atena Editora, 2019.

BIANCHI, A. B. Postura e equilíbrio em idosos praticantes e não praticantes de exercícios físicos. Journal of Physical Education, v. 31. 2020.

BONIFÁCIO, G.; GUIMARÃES, R. Projeções populacionais por idade e sexo para o Brasil até 2100. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, 2021

BRASIL. Lei n. 8842, de 4 de janeiro de 1994. Dispõe sobre a política nacional do idoso, cria o Conselho Nacional do Idoso e dá outras providências. 1994. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8842.htm#:~:text=LEI%20N%C2%BA%208.842%2C%20DE%204%20DE%20JANEIRO%20DE%201994.&text=Disp%C3%B5e%20sobre%20a%20pol%C3%ADtica%20nacional,Idoso%20e%20d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias..&text=Art.&text=2%C2%BA%20Considera%2Dse%20idoso%2C%20para,de%20sessenta%20anos%20de%20idade. Acesso em: 10 de fev. 2022.

CERRI, A. S.; SIMÕES, R. Hidroginásticas e idosos: por que eles praticam? Revista Movimento, Porto Alegre, v. 13, n. 1, p. 81- 92, 2007.

COHEN, R. H. P. Apostila de Psicomotricidade. Rio de Janeiro, 2016.

FARINATTI, P. T. V. Teorias Biológicas do Envelhecimento: do genético ao estocástico. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, São Paulo, v. 8, n. 4, p.129-138, jul./ago, 2002.

FERRAZ, I. N. Impacto dos fatores extrínsecos no envelhecimento precoce: Uma reflexão teórica. Research, Society and Development, v. 10, n. 6. 2021.

FLECK, S. J.; KRAEMER, W. J. Fundamentos do Treinamento de Força Muscular. 4. ed. Porto Alegre. Artmed, 2017.

FONSECA, V. Desenvolvimento Psicomotor e Aprendizagem. Porto Alegre. Artmed Editora, 2008

FONSECA, V. Manual de Observação Psicomotora: Significação Psiconeurológica dos Fatores Psicomotores. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995

FONSECA, V. Psicomotricidade: Filogênese, Ontogênese e Retrogênese. 3. ed. Rio de Janeiro. Wak Editora, 2009

FONSECA. V. Psicomotricidade e Neuropsicofisiologia: Uma abordagem evolucionista. Local. Wak Editora, 2010

FRIES, A.T.; PEREIRA, D. C. Teorias do Envelhecimento Humano. Revista Contexto & Saúde, Ijuí, v. 11, n. 20, p. 507-514, jan./jun. 2011.

GUTIERRES FILHO, P. J. B. A Psicomotricidade Relacional em Ambiente Aquático. São Paulo: Manole, 2003.

HSU, H. C et al. Effects of swimming on eye hand coordination and balancy in the elderly. The Journal of nutrition, health & aging, v. 14, p. 692-695, 2010.

OVANDO, L. M. K; VIEIRA DO COUTO, T. Atividades psicomotoras como intervenção no desempenho funcional de idosos hospitalizados. O Mundo da Saúde. São Paulo, v. 34, n. 2, p. 176-182, 2010.

LOPES, A. L. et al. Motivos de ingresso e permanência de idosos em um programa de atividades aquáticas: um estudo longitudinal. Journal of Physical Education, Maringá, v. 25, n. 1, p. 23-32, 2014.

LUSSAC, R. M. P. Psicomotricidade. v.1, Rio de Janeiro, 2020.

MANFRIM, A.; SCHIMIDT, S. L. Diagnóstico diferencial das demências. In: FREITAS, E.V. et al. (Org.). Tratado de Geriatria e Gerontologia. 3ª ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2013. p. 262-276.

MEEREIS, E. C. W. et al. Análise do equilíbrio dinâmico de idosas institucionalizadas após hidrocinesioterapia. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Rio de Janeiro, v. 16, n. 1, p. 41-47, 2013.

MONTOYA, P. M.; FERNÁNDEZ, M. M. Influencia de un programa de psicomotricidad en médio acuático sobre el equilíbrio de personas mayores institucionalizadas con alteraciones del mismo. Publicaciones Didácticas, n. 97, p. 199-218, 2018.

NUNES, F. P. Impacto de dois programas de intervenção: Psicomotricidade Aquática e Hidroginástica, na Função Cognitiva e Auto Estima em Idosos. 2014. 77 f . Dissertação (Mestrado em Gerontologia, Atividade Física e Saúde no Idoso) - Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real, 2014.

ORTEGA, R. F. Quais os fatores de adesão num programa de atividades aquáticas para a terceira idade para uma melhora na qualidade de vida. Revista Didática Sistêmica, Rio Grande, edição especial, p. 58-66, 2010.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa Nacional de Saúde: 2013 : Acesso e utilização dos serviços de saúde, acidentes e violências: Brasil, grandes regiões e unidades da federação. IBGE, 2015. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv94074.pdf. Acesso em: 10 fev. De 2022.

PILLAT, A. P.; NIELSSON. J.; SCHNEIDER, R. H. Efeitos do exercício físico em idosos fragilizados: uma revisão sistemática. Fisioterapia e Pesquisa. v. 26, n. 2, p. 210-217. 2019.

RUBIRA, A. P. F. A et al. Efeito de exercícios psicomotores no equilíbrio de idosos. ConScientiae Saúde. São Paulo, vol.13, n. 1, p. 54-61, 2014.

SANTOS, S. L et al. Desempenho da marcha de idosos praticantes de psicomotricidade. Revista Brasileira de Enfermagem. v. 67, n. 4, p. 617-622, 2014.

SANTOS, S.L. Efeitos de um Programa de Psicomotricidade no Bem-estar e na marcha em idosos. 2013. 98 f. Dissertação (Pós-Graduação em Enfermagem) - Programa de pós-graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2013.

VELASCO, C. G. Aprendendo a Envelhecer... A luz da Psicomotricidade. São Paulo: Phorte Editora, 2016.

VELASCO, C.G. Boas Práticas Psicomotoras na Água. 1ª. ed. São Paulo: Phorte, 2013.

VELASCO, C.G. Natação Segundo a Psicomotricidade. Rio de Janeiro. Sprint, 1994.

Downloads

Publicado

2023-12-18

Como Citar

OLIVEIRA, Cleisson Barbosa da Silva; LUSSAC, Ricardo Martins Porto. PSICOMOTRICIDADE AQUÁTICA E A PESSOA IDOSA: PRINCÍPIOS E ABORDAGENS DA PRÁTICA. CAMINHOS DA EDUCAÇÃO diálogos culturas e diversidades, [S. l.], v. 5, n. 3, p. 01–21, 2023. DOI: 10.26694/caedu.v5i3.5121. Disponível em: https://periodicos.ufpi.br/index.php/cedsd/article/view/5121. Acesso em: 14 dez. 2024.

Edição

Seção

ARTIGOS