Educação territoriada: notas de uma educação diferenciada no contexto de uma comunidade quilombola da Baixada Maranhense
DOI:
https://doi.org/10.26694/caedu.v5i2.4729Palavras-chave:
Educação Territoriada; Educação Quilombola; Diálogos de Saberes; Tambor-de-Mina; interculturalidadeResumo
O presente artigo é um recorte de dissertação de mestrado e tem como objetivo compreender as interações entre o Tambor de Mina, os Encantados e a Educação Territoriada. Esta última entendida conceitualmente como uma proposta pedagógica que busca valorizar os conhecimentos localizados e territoriais a partir das práticas manifestadas através do corpo no cotidiano vivido daquela realidade. Deste modo, a pesquisa situa o movimento de retomadas da Educação Quilombola na Baixada Ocidental Maranhense como o ponto de partida para o campo dialógico entre Educação e Território, diante da necessidade de novas epistemologias. A educação territoriada desta realidade é um projeto em andamento na luta contra hegemônica da Educação nacional e homogeneizante, possibilitando, assim, um processo de interculturalização da Educação, na medida em que promove e valoriza um ensino diferenciado em defesa do território em meio à sociedade dominante e aos conflitos socioambientais existentes no contexto de suas comunidades. Os dados que sustentam nossa análise foram coletadas nos anos de 2021 e 2022 por meio de entrevistas narrativas e observação participante na comunidade.
Referências
ARAUJO, Mundinha. Insurreição de escravos em Viana, 1867. Ed. 3. Editora Edições AVL, 2014.
ALBUQUERQUE, Wlamyra R. de; FILHO, Walter Fraga. Uma história do negro no Brasil.
Brasília: Fundação Cultural Palmares, 2006.
AZEVEDO, Solange. Retomada: o quilombo que renasceu na escola. Repórter Brasil, São
Paulo/SP, 21 dez. 2017.
BRASIL. Ministério da Educação e Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CEB nº 16/2012. Brasília, DF: Ministério da Educação, 05 jun. 2012. Disponível em: http://etnicoracial.mec.gov.br/images/pdf/diretrizes_curric_educ_quilombola.pdf. Acesso em: 12 out. 2022.
BRASIL. Resolução CNE/CEB n. 8, de 20 de novembro de 2012. Define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica. Diário Oficial da União, Brasília, DF: MEC/CNE/CEB, 21 nov. 2012. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/escola-de-gestores-da-educacao-basica/323-secretarias-112877938/orgaos-vinculados-82187207/17417-ceb-2012. Acesso em: 08 out. 2022.
BRASIL. Lei n. 10.639/03, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm.Acesso em: 27 maio. 2022.
CAVALCANTE, T. L. (2017). A Interculturalidade Crítica como possibilidade para um
diálogo sobre as territorialidades no Brasil. Tellus, 17(32), p. 85–101.
DURKEIM, Émile. Educação e sociologia. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2007.
GUSMÃO, Neusa. Antropologia e educação quilombola: etnicidade e mediação. Revista
Entre Rios, UFPI, vol.03, n.1, 2020.
HAESBAERT, Rogério. Do Corpo-Território ao Território-Corpo (da Terra):
Contribuições Decoloniais. GEOgraphia Niterói, Universidade Federal Fluminense ISSN
(eletrônico) GEOgraphia, vol: 22, n.48, 2020.
HONNETH, Axel. Luta Por Reconhecimento. A gramática moral dos conflitos sociais. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 2009.
INGOLD, Tim. Da transmissão de representações à educação da atenção. Educação, Porto
Alegre, v. 33, n. 1, p. 6-25, 2010.
INGOLD, Tim. Antropologia e/como educação. Petrópolis: Vozes, 2020.
JOVCHELOVITCH; Sandra; BAUER, Martin W. Entrevista narrativa. In: GASKELL, George;
BAUER, Martin W. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático.
Petrópolis/RJ: Vozes, 2008, p. 90-113.
LAVE, J. (1991). Situating learning in communities of practice. In L. B. Resnick, J. M. Levine, & S. D. Teasley (Eds.), Perspectives on socially shared cognition (pp. 63–82). American Psychological Association. https://doi.org/10.1037/10096-003
LITTLE, Paul E. Territórios Sociais e Povos Tradicionais no Brasil: Por uma antropologia
da territorialidade. Série Antropologia nº 322. Brasília, UnB: 2002.
MIRANDA, S. A; LOZANO, S. R. C. Quando a diáspora africana interpela a educação:
aproximações entre Brasil e Colômbia. Edur – educação Revista. BH, v. 34. 2018.
NASCIMENTO, Raimundo Nonato Ferreira do. Antropologia, interculturalidade e educação escolar indígena em Roraima. 1 ed. Curitiba: Appris, 2017.
SILVA, Jesiel Souza; FERRAZ, José Maria Gusman. Questão fundiária: a terra como
necessidade social e econômica para reprodução quilombola. In:. GeoTextos, vol. 8, n.
, jul. 2012. pp. 73-96.
SIMAS, A. L; RUFINO, L. Fogo no Mato: A Ciência Encantada das Macumbas. 1 ed. –
Rio de Janeiro: Mórula, 2018.
SANTOMÉ, Jurjo Torres. As culturas negadas e silenciadas no currículo. In: SILVA, Tomaz Tadeu da. (Org.). Alienígenas na sala de aula: uma introdução aos estudos culturais em educação. Trad. Tomaz Tadeu da Silva. Petrópolis: Vozes, 2001.
VEINGUER, A; Arribas Lozano, A.; Dietz, G. (2020). Investigaciones en movimiento -
Etnografías colaborativas, feministas y decoloniales. Buenos Aires: CLACSO; Madrid:
Ministerio de Ciencia e Innovación; Agencia Estatal de Investigación. 2020.