Palavras-chave
Resumo
Este artigo objetiva apresentar um perfil social do agricultor familiar do cerrado piauiense, em razão das novas configurações socioespaciais impostas pelo fenômeno da expansão da fronteira agrícola, comandada pelo agronegócio granífero. Diante das mudanças provocadas pelo agronegócio em Uruçuí-PI, a questão a examinar no artigo é como a agricultura familiar constroe suas estratégias de reprodução social de vida e de trabalho diante das contradições do modelo desenvolvimento dominante implantado no município. A escolha de Uruçuí para a pesquisa justifica-se pelo seu pioneirismo na instalação do agronegócio no cerrado piauiense. A análise se embasa nos métodos dialético e etnográfico, por meio de observações sistemáticas, formulários e entrevistas semiestruturados com 254 agricultores familiares. Concluiu-se que a agricultura familiar de Uruçuí manifestava uma grave crise social marcada, sobretudo, por problemas quanto à posse da terra, migrações, baixo grau de escolaridade e precárias condições de moradia e saneamento, comprometendo a qualidade de vida das famílias, repercutindo no futuro da atividade.