A QUESTÃO DA TÉCNICA NO AMBIENTE DIGITAL EM PERSPECTIVA HEIDEGGERIANA

Autores/as

  • Renato Kirchner Pontifícia Universidade Católica de Campinas - PUC-Campinas
  • Guilherme Vinicius Menezes Silva Pontifícia Universidade Católica de Campinas - PUC-Campinas

DOI:

https://doi.org/10.26694/cadpetfilo.v15i29.5464

Palabras clave:

Técnica e tecnologia. Ambiente digital. Novas tecnologias. F. Rüdiger. M. Heidegger.

Resumen

Este artigo objetiva demonstrar a importância do pensamento de Martin Heidegger (1889-1976) para uma melhor compreensão dos fenômenos da atualidade, tais como as novas tecnologias e o ambiente digital. Heidegger apresenta a essência da técnica como algo não técnico que acaba por atingir diretamente a humanidade numa dominação da técnica sobre o ser humano. O avanço técnico-científico ganha novo espaço e nova abordagem no fim do século XX com o nascimento da internet. Entendemos que a proposta de Heidegger pode auxiliar numa análise crítica da sociedade pós-moderna marcada pela cibercultura e o ciberespaço. A reflexão tem como pano de fundo o livro Ensaios e conferências que, entre outros textos, contém a conferência proferida em 1953: “A questão da técnica”. Nosso autor mais utilizado é Francisco Rüdiger, professor da UFRS e da PUCRS. Os resultados obtidos apontam que a essência da técnica presente nas novas tecnologias, sobretudo, no ambiente digital, a partir de meados do XX, tem afetado a humanidade em seu modo de ser e viver. Com efeito, o pensar técnico gera na humanidade uma grande crise na formação da sua própria identidade, assim como no seu modo de ser e de agir no mundo. Conclui-se, então, que é necessário – como afirma Rüdiger – olhar para as questões da tecnologia e do ambiente digital numa perspectiva analítica e criticamente hermenêutica. A metodologia utilizada foi a hermenêutica fenomenológica a partir de uma ampla análise bibliográfica da temática abordada.

Citas

BAUMAN, Zygmunt. A modernidade líquida. Tradução de Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.

BUENO, Alexandre. “Vício em games será considerado transtorno de saúde mental”. Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Site https://www.medicina.ufmg.br/vicio-em-games-sera-considerado-transtorno-de-saude-mental/. Acesso em 03 de fevereiro de 2024.

DESMURGET, Michel. A fábrica de cretinas digitais: os perigos das telas para nossas crianças. Tradução de Mauro Pinheiro. São Paulo: Vestígio, 2021.

DOMINGUES-CASTRO, Mariana S.; TORRES, Albina R. “Hikikomori: revisão sobre um grave fenômeno de isolamento social”. In: Jornal Brasileiro de Psiquiatria, volume 68, número 4, p. 264-272, 2018.

HAN, Byung-Chul. No enxame: perspectivas do digital. Tradução de Lucas Machado. Petrópolis: Vozes, 2018.

HAN, Byung-Chul. Sociedade paliativa: a dor hoje. Tradução de Lucas Machado. Petrópolis: Vozes, 2021.

HEIDEGGER, Martin. Ensaios e conferências. Petrópolis: Vozes; Bragança Paulista: Editora Universitária São Francisco, 2012.

HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. Bragança Paulista: Edusf; Petrópolis: Vozes, 2006.

HEIDEGGER, Martin. Serenidade. Lisboa: Instituto Piaget, 2000.

HEIDEGGER, Martin. Caminhos de floresta. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1998.

HEIDEGGER, Martin. Contribuições à filosofia. Rio de Janeiro: Via Verita, 2015.

KAMPFF, Vânia. Heidegger e o outro pensar: uma leitura de Que chamamos pensar? Rio de Janeiro: PUC-Rio; São Paulo: Reflexão, 2017.

KIRCHNER, Renato. Da existencialidade como “essência” do ser-aí humano. In: MILHANO, Ângelo; HENRIQUES, Fernanda; CHOHFI, Laiz; PROVINCIATTO, Luís Gabriel (org.). Entre mundos: Liber amicorum para Irene Borges Duarte. Lisboa: Colibri, p. 115-131, 2022.

KIRCHNER, Renato; VICENTE JUNIOR, Arlindo José. “HAN, Byung-Chul. Sociedade paliativa: a dor hoje”. In: Revista Eclesiástica Brasileira, Petrópolis, volume 82, número 323, p. 699-704, 2022.

LEMOS, André. Cibercultura, tecnologia e vida social. Porto Alegre: Sulina, 2002.

MOROMIZATO, Maíra Sandes; FERREIRA, Danilo Bastos B.; SOUZA, Lucas Santana M. LEITE, Renata Franco; MACEDO, Fernanda Nunes; PIMENTEL, Déborah. “O uso de internet e redes sociais e a relação com indícios de ansiedade e depressão em estudantes de medicina”. In: Revista Brasileira de Educação Médica, volume 41, número 4, p. 497-504, 2017.

RÜDIGER, Francisco. Elementos para a crítica da cibercultura: Sujeito, objeto e interação na era das novas tecnologias de comunicação. São Paulo: Hacker, 2002.

RÜDIGER, Francisco. Martin Heidegger e a questão da técnica: prospectos acerca do futuro do homem. Porto Alegre: Meridional/Sulina, 2006.

RÜDIGER, Francisco. Introdução às teorias da cibercultura: tecnocracia, humanismo e crítica no pensamento contemporâneo. 2. ed. revista e ampliada. Porto Alegre: Sulina, 2007.

RÜDIGER, Francisco. Cibercultura e pós-humanismo: exercícios de arqueologia e criticismo. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2008.

RÜDIGER, Francisco. As teorias da cibercultura: perspectivas, questões e autores. 2. ed. Porto Alegre: Sulina, 2013.

RÜDIGER, Francisco. As redes e a armação: Da cultura do narcisismo ao fetichismo tecnológico. In: LOPES, Maria Immacolata Vassallo de Lopes e KUNSCH, Margarida Maria Krohling (org.). Comunicação, Cultura e Mídias Sociais. São Paulo: ECA-USP, 2016.

TUAN, Yi-Fu. “Space and place 2013 / Espaço e lugar 2013”. Geograficidade, volume 4, número 1, p. 4-13, 2014.

Publicado

2024-07-20

Cómo citar

Kirchner, R., & Vinicius Menezes Silva, G. (2024). A QUESTÃO DA TÉCNICA NO AMBIENTE DIGITAL EM PERSPECTIVA HEIDEGGERIANA. Cadernos Do PET Filosofia, 15(29), 139–171. https://doi.org/10.26694/cadpetfilo.v15i29.5464

Número

Sección

DOSSIÊ REVERBERAÇÕES HEIDEGGERIANAS: (DES)CAMINHOS DO SENTIDO DE SER