A CIDADE NA ESCALA DO CORPO: POR UMA POLÍTICA TRANS-SUBJETIVA NA SOLIDARIEDADE DOS ABALADOS

Autores

  • Vitor Sartori Cordova
  • Eduardo José Marandola Junior

DOI:

https://doi.org/10.26694/pensando.v13i28.12530

Palavras-chave:

Existência, Planejamento urbano existencial, Corporeidade, Jan Patočka

Resumo

Este trabalho discute a importância da atenção a alguns conceitos esquecidos pelo planejamento urbano, como o da corporeidade, para a efetivação de políticas urbanas que abranjam qualitativamente o espaço da cidade. Tal esquecimento, longe de ser uma falha, é encarado como possibilidade de discussão com o escopo de enriquecer as reflexões sobre os desafios da cidade contemporânea, principalmente, da necessidade de ponderação sobre a dimensão existencial no constructo da urbanidade. Para tanto, utilizou-se das contribuições do campo fenomenológico, mais precisamente, do filósofo tcheco Jan Patočka, no que compete a tematizar este corpo enquanto aporte fenomênico prenhe de exequibilidade de compreensão do outro através dos abalos constantes de seu papel perante si e aos outros. Assim, por este aporte, acredita-se ser possível constatar uma solidariedade entre os resilientes das visões objetificantes da globalização perniciosa através das veredas dos territórios praticados e lugarizados entre os sujeitos.

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Publicado

14-07-2022

Como Citar

CORDOVA, Vitor Sartori; MARANDOLA JUNIOR, Eduardo José. A CIDADE NA ESCALA DO CORPO: POR UMA POLÍTICA TRANS-SUBJETIVA NA SOLIDARIEDADE DOS ABALADOS. PENSANDO - REVISTA DE FILOSOFIA, [S. l.], v. 13, n. 28, p. 16–33, 2022. DOI: 10.26694/pensando.v13i28.12530. Disponível em: https://periodicos.ufpi.br/index.php/pensando/article/view/3570. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

ARTIGOS/VARIA

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