QUEBRA DE DORMÊNCIA EM SEMENTES DE CHICHÁ SUBMETIDAS A DIFERENTES TRATAMENTOS PRÉ-GERMINATIVOS

Autores

  • Marlei Rosa dos Santos
  • Farley Silva Santos
  • Rodrigo Bortoluzzi
  • José Robert dos Santos Alves da Silva

DOI:

https://doi.org/10.26694/1517-6258.140

Palavras-chave:

SEMENTES DE CHICHÁ SUBMETIDAS A DIFERENTES TRATAMENTOS PRÉ-GERMINATIVOS

Resumo

O chichazeiro (Sterculia chicha), da família Malvaceae também é conhecido popularmente como chichazeiro-do-cerrado, mendubi guaçu, aracha-chá, e castanha-de-macaco. Nativo da região Meio-Norte do Brasil, cujo fruto, é um folículo lenhoso e alongada contendo em média 4 a 7 sementes por fruto, esta espécie apresenta bom potencial para o mercado de nozes e madeira (MATA et al., 2010; SILVA et al., 2012). Em relação a qualidade das nozes, o grande diferencial é o baixo teor de gordura (em torno de 30,2%) quando comparada com os demais tipos de nozes disponíveis no mercado, como a macadâmia (75,5%), a castanha-do-brasil (66%), o pistache (55-60%), o avelã (57-67%) e a castanha de caju (43%), dessa forma, considerando a preferência do consumidor que, em geral, é por produtos com baixo teor de gordura, a "noz de chichá", que pode ser considerada como uma noz “light” apresenta bom potencial para inserção nos mercados nacional e internacional (ARAÚJO, 1997).

O chichá é uma espécie pioneira de crescimento rápido, é considerada excelente para reflorestamento, motivo pelo qual, possui resistência a baixas temperaturas, nasce em qualquer altitude e o solo para plantio pode ser profundo, úmido, argiloso ou pedregoso (NASCIMENTO et al., 2009). No entanto, ainda não se ver plantios comerciais desta espécie, sendo sua exploração apenas extrativista.

As sementes da maioria das espécies germinam prontamente quando lhes são dadas condições ambientais favoráveis (CARVALHO; NAKAGAWA, 2000). No entanto, segundo Kramer e Kozlowisk (1972), as sementes de cerca de dois terços das espécies arbóreas apresentam certo grau de dormência, que pode ser superada com a utilização de tratamentos pré-germinativos.

A importância ecológica da dormência das sementes baseia-se principalmente no bloqueio da germinação, isso ocorre quando as condições ambientais são adequadas à germinação, porém as perspectivas de futuro estabelecimento e crescimento das plântulas não são promissoras (EIRA; CALDAS, 2000). Tendo em vista essas dificuldades, métodos de escarificação foram desenvolvidos com a finalidade de redimir a problemática relacionada à quebra de dormência (NASCIMENTO et al., 2009).

Na literatura há controvérsias em relação a necessidade de tratamentos de quebra de dormência das sementes de chichá. Segundo Santos et al. (2004), a escarificação utilizando lixa número 40 em um lado da semente de chicha por 3 minutos e em seguida imersa em água por 24 horas e a escarificação das sementes nos dois lados com o mesmo tempo e mesma lixa sem imersão em água, são formas recomendadas para quebrar a dormência das sementes. No entanto de acordo com Lorenzi (2002), as sementes do chichá podem ser colhidas, e sem nenhum tratamento, semeadas em recipientes individuais com substrato orgânico arenoso, apresentando germinação em torno de 20 a 30 dias.

Com base no exposto, o presente trabalho objetivou avaliar o efeito de tratamentos pré-germinativos na quebra de dormência, de sementes de chichá, buscando uniformidade na germinação e assim contribuir na produção de mudas de qualidade.

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Publicado

2020-10-06