MANEJO AGROECOLÓGICO DE ABELHAS INDÍGENAS SEM- FERRÃO: IMPLANTAÇÃO DE UMA UNIDADE DIDÁTICA NO IFPI CAMPUS COCAL COMO FERRAMENTA DE ENSINO E APRENDIZAGEM PARA OS ESTUDANTES DE AGROECOLOGIA

Abstract

A meliponicultura corresponde a criação de abelhas indígenas sem ferrão (Nogueira Neto, 1997), sendo uma atividade praticada pelos povos indígenas (Cortopassi-Laurindo et al., 2006) e vem crescendo entre os produtores de mel em todo País. De acordo com Carvalho-Zilse et al. (2012) as abelhas fazem parte da vida humana desde as civilizações mais antigas fornecendo alimento e materiais úteis ao homem. Estima-se que existam mais de 20 mil espécies de abelhas no mundo sendo em sua maioria abelhas solitárias, ou seja, abelhas que não formam colônias sociais. As demais são abelhas que vivem em colônias pouco ou altamente organizadas, com os mais diversos comportamentos sociais. Dentre as abelhas eussociais, algumas espécies possuem ferrão. No entanto, cerca de 400 espécies não possuem ferrão funcional e estão reunidas num grupo denominado Meliponínios (Carvalho-Zilse et al., 2012).

A meliponicultura é vista como uma forma de agregar conhecimentos e os mesmo serem transmitidos de uma geração para as outras como acontece em alguns lugares, se dando por meio da língua, lançando mão da escrita e se ela existe não é tão usada, sendo um conhecimento ágrafo (TOLEDO & BARREIRA-BASSOLS, 2009). Esses conhecimentos trazidos para a sala de aula a partir da unidade didática cria-se elementos sistemáticos com uma visão holística da sociedade indo ao encontro da proposta da agroecologia que é reconhecer e se fortalecer a partir das experiências dos povos do campo (CAPORAL et al., 2006).  Em Cocal - PI, a experiência nos moldes que se almeja é inovadora, pois a partir da prática do dia-a-dia pretende-se demonstrar para os agricultores e educandos a importância de se manter estas espécies conservadas em seu habitat e também sobre os cuidados dos meliponicultores para com as abelhas que são considerados guardiões desses insetos.