Inclusão do Estado do Maranhão no semiárido brasileiro: justificativas técnicas, econômicas e sociais
Keywords:
Nordeste, Exclusão Social, Degradação dos Recursos SociaisAbstract
O estudo tenta mostrar que o semiárido brasileiro é a sua região mais carente. Mesmo o Ministério do Interior considerando que existam municípios do semiárido em oito dos estados do Nordeste excluindo o Maranhão, mas incorporando municípios do estado de Minas Gerais, o estudo também busca mostrar que em pelo menos quinze municípios do Maranhão tem características do semi-árido e nesses municípios concentram-se os maiores bolsões de pobreza do Brasil. Utiliza-se dados do Censo Demográfico do IBGE de 2010 e os PIB dos municípios publicados pelo IBGE em 2009. Estima-se o índice de aridez para os municípios maranhenses que se faz a hipótese de terem características de semi-árido. Buscam-se indicadores sociais de exclusão de educação, renda, água, saneamento e coleta de lixo. Os resultados mostram que o PIB médio dos municípios do semi-árido são bem menores do que aquele dos demais municípios da região Nordeste que detém os menores PIB per capita do Brasil, Alem de reduzido o PIB é bastante mau distribuído. A relação entre o maior e o menor PIB médio do semi-árido é de 40,9. A escolaridade média é a mais baixa do Brasil e as taxas de analfabetismos são as mais elevadas do País. Todos os indicadores sociais do semi-árido são muito ruins. As evidencias do estudo permitem concluir que, de fato, nesta região concentram-se, em termos relativos, os maiores bolsões de pobreza do Brasil. O semi-árido maranhense tem indicadores piores do que a média dos demais municípios já incorporados ao semi-árido brasileiro.
References
ABATE, K. Poverty, desertification and the impact of drought in Ethiopia.. Desertification Control Bulletin. New York, 31, (2), 60-66, 1997.
ALVES, J. História das Secas, Séculos XVII e XIX: Edições Instituto do Ceará, 1953. Reeditado pela Fundação Waldemar Alcântara, Fortaleza, 2003. 242 p.
ANDRADE, M.C. A terra e o homem no Nordeste. São Paulo. Livraria e Editora Ciências Humanas. 1980.
ATKINSON, A. B. On the Measurement of Poverty. Econometrica, Evanston, IL, 55, (2), .25-40. jan/mar 1989.
BIE, S. W. Dry land degradation measurement technique. Washington, D.C. :The World Bank. 1990. 75p
BRINKERHOFF, D. W.; GOLDSMITH, A. A. An Institutional sustainability in agricultural and rural development: a global perspective. New York, World Bank:1990. 75p.
BRASIL. Nova Delimitação do semi-árido Brasileiro. Ministério da Integração Nacional. Nova Grupo de Trabalho Interministerial. 2005. http://www.mi.gov.br/desenvolvimentoregional/publicacoes/delimitacao.asp. Consulta em 31/03/2012.
BRASIL. AGENCIA DE DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE (ADENE). Ministério da Integração Nacional, 2007 Pesquisa na pagina http://www.adene.gov.br no dia 6/2/2007.
CAMARGO, A P.; CAMARGO, M.B.P. Uma Revisão da Evapotranspiração Potencial. Bragantia, Campinas, 59(2), 125-137, 2000.
CARVALHO, J.O. A economia política do Nordeste: seca, irrigação e desenvolvimento. Rio de Janeiro. Campus, 1988.
DIXON, R. M. Land imprinting for dry land revelation and restoration. In: BERGER, J. J. Environmental restoration: science and strategies for restoring the earth. Washington: D.C. Island . 1988. p 75-115.
IBGE. Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais. Rio de Janeiro, 2009.
DUQUE, J.G. Solo e água no polígono das secas. Mossoró, RN. ESAM, 2001. (Coleção Mossoroense, série B, Nº509.
FUNCEME, Proposta de Dimensionamento do Semi-árido Brasileiro, Fortaleza. Banco do Nordeste, 2005.107p.
HAEN, H. Environmental consequences of agricultural growth in developing countries. In: VOSTI, S. ; REARDON, T. Sustainability, growth and poverty alleviation. Baltimore: Hopkin University, 1997. p. 34-46.
IBGE, CENSO DEMOGRÁFICO DE 2010. Rio de Janeiro, 2011. IBGE, PIB municipal, 2000. http://www. Ibge.gov.br. Consulta em 10-02-07.
LEMOS, J.J.S. Desertification of dry lands in northeast of Brazil. Riverside, CA: Department of economics, University of California. 1995. 70 p. (Research Paper).
LEMOS, J.J.S. Mapa da Exclusão Social no Brasil: Radiografia de um País Assimetricamente Pobre: Terceira Edição Revisada e Atualizada. Fortaleza. Banco do Nordeste do Brasil. 2012.
LUEBS, R.E. Water Conservation: Pacific Southeast. In:
DREGNER, H.E. e WILLIS, W.O. Dry land Agriculture, Madison. 1983. p. 125-139.
OKIGBO, B. N. Reforestry: potential in development of sustainable agriculture and combatin,
g African environmental crisis..In: OKIGBO, B. N .Environmental crisis in Africa: scientific response. Nairobi, Kenya: African Academy of Sciences, 1986. p 1-45.
________ . Development of sustainable agricultural production systems in Africa. Ibadan: Institute of Tropical Agriculture. 1989. 35 p.
SILVA, R.M.A. Entre o Combate à Seca e a Convivência com o Semi-Árido: transições paradigmáticas e sustentabilidade do desenvolvimento. Fortaleza, Banco do Nordeste do Brasil. 2008. Série BNB Teses e Dissertações N°12. 275p.
THORNTHWAITE, C.W. An Approach toward a rational classification of climate. Geográfical 38(1), 55-94. 1948.
Downloads
Published
Issue
Section
License
Copyright (c) 2022 INFORME ECONÔMICO (UFPI)
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.