Relações entre o Programa de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e o Programa Bolsa Família

Autores

  • Mirian Regina de Oliveira Faculdade de Educação Superior do Paraná (FESPPR)
  • Lucas Casonato Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e Faculdade de Educação Superior do Paraná (FESPPR)

DOI:

https://doi.org/10.26694/1517-6258.885

Palavras-chave:

Trabalho infantil, PETI, PBF, Programas sociais, Transferência de renda condicionada

Resumo

Este artigo discute as relações entre os dois maiores programas socioeconômicos brasileiros que têm servido no combate ao trabalho infantil: o Programa de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) e o Programa Bolsa Família (PBF). Do ponto de vista econômico, a teoria do Capital Humano tem enfatizado a importância da instrução nas primeiras etapas educacionais, visto que ela serve de base ao próprio processo de aprendizagem futuro. No Brasil, o trabalho infantil tem raízes históricas, na própria formação de sua economia, mas a intensificação no seu combate, do ponto de vista econômico, só ocorreu com a transferência de renda, começando em 1996 com a criação do PETI. Essa luta foi aprimorada em 2001 com a criação do Bolsa Escola, em 2003 com o surgimento do PBF, e em 2005 pela integração entre PETI e o PBF. Neste contexto, o trabalho discute por meio de revisão bibliográfica o problema do trabalho infantil e as iniciativas brasileiras para combatê-lo com base nos pontos em comum identificados entre esses programas: a evolução institucional, os incentivos econômicos de curto prazo e as relações entre os dois maiores programas que uniram os benefícios de curto e longo prazo por meio da transferência de renda condicionada à presença escolar – PETI e PBF.

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Publicado

2021-07-01