Do Manifesto Latino-Americano ao Neoestruturalismo: a controvérsia acerca do retrocesso da crítica histórico-estrutural
DOI:
https://doi.org/10.26694/1517-6258.724Palavras-chave:
Estruturalismo clássico, América latina, Método histórico-estrutural, Neoestruturalismo, Nova CEPALResumo
O presente trabalho tem como objetivo apresentar a controvérsia no debate em torno da validade do neoestruturalismo enquanto escola de pensamento crítica à ortodoxia econômica (neoclássica) e como agenda alternativa ao programa neoliberal. Para isso, em um primeiro momento é revisitado o estruturalismo clássico cepalino e a contribuição das correntes dependentistas, representando o auge da crítica histórico-estrutural. Em seguida, são abordados os pontos centrais da agenda neoestruturalista desenvolvida no âmbito da CEPAL a partir da década de 1990, com base nas publicações da própria Comissão. Por fim, é apresentada a controvérsia presente no debate entre os principais intelectuais da CEPAL e os autores críticos ao programa neoestruturalista. Ao passo que a CEPAL defende que o neoestruturalismo é uma corrente de pensamento heterodoxa e crítica pelo fato de estar amarrada aos decênios anteriores de produção da instituição através do método histórico-estrutural, seus críticos entendem que a “atualização” representa a ruptura da CEPAL com os pilares centrais do estruturalismo clássico. Entende-se que o programa neoestruturalista não pode ser considerado o resultado natural da evolução da CEPAL para adaptar-se aos novos tempos. Apesar de se diferenciar do neoliberalismo, o programa representa um grande retrocesso no pensamento crítico latino-americano, do poder analítico original da condição periférica e subdesenvolvida e uma redução do método histórico-estrutural à domesticação imposta pelas teorias produzidas pelo centro.
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