Esporte, portugalização e diáspora: os luso-chineses de Moçambique

Autores

  • Lorenzo Macagno Universidade Federal do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.26694/rer.v2i2.9306

Palavras-chave:

esporte, diáspora, chineses, Moçambique

Resumo

O artigo reconstrói a tênue e paradoxal incorporação dos chineses da Beira (Moçambique) na “família portuguesa”. O trabalho se concentra, sobretudo, no período da década de 1950, quando Portugal buscou reforçar a sua ideologia colonial em termos de um suposto multirracialismo exercido nas chamadas Províncias Ultramarinas. De que maneira esta portugalização foi promovida? Através do esporte e, mais especificamente, do basquetebol, os colonos chineses ganharam notoriedade e foram considerados “bons portugueses” e bons cidadãos. Baseado em um trabalho etnográfico multissituado realizado junto aos luso-chineses, este artigo reflete sobre o esporte em termos de uma dimensão significativa daquela modernidade colonial.

Referências

ANDRADE, Mário Pinto de. Uma entrevista dada a Michel Laban. Lisboa: Edições João Sá da Costa, 1997.

FREYRE, Gilberto. Casa Grande & Senzala. Rio de Janeiro: Maia & Schmidt, 1933.

FREYRE, Gilberto. Um Brasileiro em Terras Portuguesas. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1953.

FREYRE, Gilberto. China Tropical, e outros escritos sobre a influência do Oriente na cultura luso-brasileira. Brasilia: Editora UnB, 2003.

GEFFRAY, Christian. “Le lusotropicalisme comme discours de l’amour dans la servitude”. In: Lusotopie. Enjeux contemporains dans les espaces lusophones, Paris: Khartala, 1997.

KOPYTOFF, Igor. “The cultural biography of things: commoditization as process”. In: APPADURAI, Arjun (Ed.). The social life of things. Commodities in cultural perspective. Cambridge: Cambridge University Press, 1986, pp. 64-91.

MAIO, Marcos Chor. “Tempo controverso. Gilberto Freyre e o Projeto UNESCO”. In: Tempo Social. Revista de Sociologia, USP, vol. 11, nº 1, pp. 111-136, 1999a.

MAIO, Marcos Chor. “O Projeto UNESCO e a agenda das ciências sociais no Brasil dos anos 40 e 50”. In: Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 14, nº 41, pp. 141-158, 1999b.

MEDEIROS, Eduardo. Crenças e práticas religiosas entre os sino-moçambicanos da Beira (Moçambique), paper inédito, s/d.

MEDEIROS, Eduardo. O Clube Chinês da Beira (Moçambique). Macau, IIª série, nº 73, 1998.

MEDEIROS, Eduardo “Etnia e raça no desporto beirense da época colonial. O caso dos ‘sino-moçambicanos’”, Caderno de Estudos Africanos, n° 26, pp. 43-81, 2013.

ONG, Aihwa. Flexible Citizenship. The Cultural Logics of Transnationality. Durham & London: Duke University Press, 1999.

CHIN, Shung “Discurso do Sr. Shung Chin, presidente da Comunidade Chinesa de Sofala e Manica, no Clube Chee Kung Tong, da Beira”. In: Gilberto Freyre, Um Brasileiro em Terras Portuguêsas. Op. Cit., pp. 335-337, 1953.

YAP, Melanie & LEONG MAN, Dianne. Color, Confusion and Concessions. The History of the Chinese in South Africa, Hong Kong University Press, 1996.

Downloads

Publicado

2020-04-15

Como Citar

MACAGNO, Lorenzo. Esporte, portugalização e diáspora: os luso-chineses de Moçambique. Revista EntreRios do Programa de Pós-Graduação em Antropologia, [S. l.], v. 2, n. 2, p. 09–32, 2020. DOI: 10.26694/rer.v2i2.9306. Disponível em: https://periodicos.ufpi.br/index.php/entrerios/article/view/5221. Acesso em: 3 jul. 2024.