O “amor” pela Musica, um Dicionário e a cultura musical como pedagogia no século XIX

Autores/as

  • Gilberto Vieira Garcia IFF

DOI:

https://doi.org/10.26694/caedu.v3i1.12397

Palabras clave:

Cultura como pedagogia, História da Educação, História da Educação Musical, Música no Brasil Império, História da Música no Brasil

Resumen

O objetivo deste artigo é apresentar uma perspectiva da História da Educação Musical que se desenvolve para além das instituições escolares, especificamente no campo da Cultura. A questão central será tentar compreender como o campo da Cultura Musical pode operar também como “Pedagogia”, tendo como recorte o século XIX. O objeto de estudo que dará suporte a essas reflexões será o “Dicionário Musical”, de Raphael Coelho Machado, publicado no Brasil em 1842. Para tanto as referências teóricas utilizadas abrangem as categorias de “programa institucional” (Dubet, 2002), “regime de amadorismo” (Fauquet e Hennion, 2000) e “cultura como pedagogia” (Silva, 2005). Como conclusão geral deste artigo, constata-se que os processos históricos de constituição e afirmação de determinadas Culturas Musicais apresentam-se como uma importante temática para ser problematizada e estudada também dentro da área da História da Educação Musical. 

Citas

ALENCASTRO, Luiz Felipe de. Vida Privada e ordem privada no Império. In: NOVAIS, Fernando Adauto (coordenador geral da coleção), ALENCASTRO, Luiz Felipe de (organizador do volume). História da vida privada: Império. São Paulo: Companhia das Letras, 2008, p. 11-93.

AMATO, Rita de Cássia Fucci. O piano no Brasil: uma perspectiva histórico-sociológica. In: Anais do XVII congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Música, Trabalhos: Musicologia, 2007.

ALLEN, Warren Dwight. The “Development” and “Progress” of Music. In: ALLEN, W. D. Philosophies of Music History: a study of general histories of music 1600 – 1960. New York: Dover Publications, 1962, p. 228-260.

BOUISSOU. Sylvie. La notation musical aux époque baroque et classique. In: BOUISSOU. Sylvie; GOUBAULT, Christian; Bousser, Jean-Yves. Histoire de la notation: de l’époque baroque à nos jours. Paris: Minerve, 2005, p. 13-106.

CAMPOS, Rémy. Essay. In: Le Conservatoire de Paris: une institution en questions. Paris: L’oeil d’or, 2016, p. 11-79.

DUBET, François. Le Declin de l’Institution. Paris: Éditions du Seuil, 2002.

ELIAS, Norbert. Mozart: sociologia de um gênio. Rio de Janeiro. Jorge Zahar, 1995.

FUBINI, Enrico. Estética da música. Lisboa: Edições 70, 2008.

GARCIA, Gilberto Vieira. “Tão sublime como encantadora Arte” – as Aulas e os “Mestres de Música no Imperial Collegio de Pedro II (1838-1858). [Dissertação de Mestrado] Rio de Janeiro: Programa de Pós-Graduação em Educação, Pontifícia Universidade Católica (RJ), 2014.

GARCIA, G. V.. Música: o estudo, o ensino, a docência, entre formuladores e mestres – Rio de Janeiro (1838-1899). [Tese de Doutorado]. Rio de Janeiro: Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGE/UFRJ), 2018.

GARCIA, G. V. Araújo Porto Alegre e a música no Brasil Império: filosofia, história, ideias e projetos. In: Revista do IHGB, ano 180, n. 480, p. 121-148, maio/agosto 2019.

GOEHR, Lydia. The historical approach. In: GOEHR, L. The Imaginary Museum of Musical Works: an essay in the philosophical of music. New York: Oxford University Press, 2007, Part II, p. 89-286.

GUMPLOWICZ, Philippe. Les travaux d’Ofphée: 150 ans de vie musicale amateur en France – Harmonies-Chorales-Fanfares. Paris: Aubier, 1987.

HENNION, Antoine; FAUQUET, Jöel-Marie. La grandeur de Bach – l’amour de la musique en France au XIXe siècle. Paris: Fayard, 2000.

MACHADO, Raphael Coelho. Diccionario Musical, contendo: 1º todos os vocábulos e frase da escripturação musical. 2º Todos os termos technicos da musica desde a antiguidade. 3º Uma taboa com todas as abreviaturas usadas na escrituração musical e suas palavras correspondentes. 4ª A etymologia dos termos menos vulgares e os synonymos em geral. 2ª edicção augmentada pelo seu autor. Rio de Janeiro: Typ. Do Commercio de Brito e Braga – Travessa do Ouvidor n.14, 1855.

MAGALDI, Cristina. Music for the Elite: Musical Societies in Imperial Rio de Janeiro. Latin American Music Review / Revista de Música Latinoamericana. University of Texas Press, v. 16, n. 1, 1995.

MELO, Victor Andrade de. Educação do corpo – bailes no Rio de Janeiro do século XIX: o olhar de Paranhos. Educação e Pesquisa. São Paulo, v. 40, n. 3, p. 751-766, jul./set. 2014.

MENGER, Pierre-Michel. Comment analyser la grandeur artistitque? Beethoven et son genie. In: MENGER, P. Le travail créateur: s’accomplir das l’incertain. Paris: Seuil/Gallimard, 2009, Chapitre 7, p. 367-427.

NÓVOA, Antônio. Para o estudo sócio-histórico da gênese e desenvolvimento da profissão docente. Teoria e Educação. Porto Alegre, nº 4, 1992, p. 109-139.

NUNES, José Horta. Dicionários: história, leitura e produção. Revista de Letras da Universidade Católica de Brasília. v.3, n. 1/2 – ano III – dez/2010, p. 6-21.

PORTO-ALEGRE, Manuel Araújo. Sobre a Música. In: NITHEROY, REVISTA BRASILIENSE – SCIENCIAS, LETTRAS, E ARTE. Paris: Dauvin et Fontaine, Libraires, Tomo Primeiro, Nº 1º, p. 160-183.

SILVA, Tomaz Tadeu. A cultura como pedagogia. A pedagogia como Cultura. In: SILVA, T. T. Documentos de identidade. Uma introdução às teorias do currículo. BH: Autêntica, 2004, p. 139-142.

SQUEFF, Leticia. O Brasil nas letras de um pintor. São Paulo: Editora da Unesp, 2004.

Publicado

2021-05-01

Cómo citar

VIEIRA GARCIA, Gilberto. O “amor” pela Musica, um Dicionário e a cultura musical como pedagogia no século XIX. CAMINHOS DA EDUCAÇÃO diálogos culturas e diversidades, [S. l.], v. 3, n. 1, p. 53–73, 2021. DOI: 10.26694/caedu.v3i1.12397. Disponível em: https://periodicos.ufpi.br/index.php/cedsd/article/view/2384. Acesso em: 24 ago. 2024.

Número

Sección

DOSSIÊ TEMÁTICO