PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE HANSENÍASE NOTIFICADOS EM TERESINA, NO PERÍODO DE JANEIRO DE 2017 A DEZEMBRO DE 2022
DOI:
https://doi.org/10.26694/jcshu-ufpi.v7i2.5083Palabras clave:
Hanseníase, Incidência, Perfil de SaúdeResumen
INTRODUÇÃO: A hanseníase é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium leprae que, apesar de fazer parte da lista de doenças negligenciadas, faz parte do cotidiano da saúde brasileira, estando presente em suas mais diversas apresentações clínicas e provocando uma diversidade de estigmas e complicações. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil apresenta uma crescente redução no número de casos de hanseníase, com queda de aproximadamente 50% dos casos de 2012 a 2021, com 8,59 casos por 100 mil habitantes. Contudo, segundo a Organização Mundial da Saúde a média mundial de casos, em 2019, é de 2,24 novos casos para 100 mil habitantes, um número bem abaixo do brasileiro. OBJETIVO: a presente pesquisa objetiva analisar o perfil clínico-epidemiológico dos novos casos diagnosticados com hanseníase, no período de janeiro de 2017 a dezembro de 2022, de modo a auxiliar no diagnóstico e na prevenção da doença, melhorando a saúde e os indicadores locais. METODOLOGIA: trata-se de um estudo observacional, descritivo, retrospectivo, de abordagem qualitativa e quantitativa, de dados secundários, caracterizando uma análise de dados. Estes são referentes a dados do SINAN, obtidos através do programa TABNET, por meio eletrônico, no sistema da base de dados da plataforma DATASUS (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde). RESULTADOS: constatou-se que, em Teresina, no período estudado, houve predominância de novos casos de hanseníase diagnosticados no sexo masculino (55,11%). Além disso, a faixa etária preponderante foi a de 50 a 59 anos (19% dos casos). A raça parda foi a mais presente, com 66% dos casos, além de que o nível de escolaridade da maioria dos pacientes era até o ensino fundamental ou menos (64%). Com relação ao perfil clínico, maior parte dos indivíduos apresentavam a forma clínica dimorfa da doença (59,21%), além da classificação operacional multibacilar (80%). Além disso, 14% dos casos apresentaram algum tipo de reação hansênica, sendo a mais presente a reação tipo 1, número alto comparado com a literatura internacional. O grau de incapacidade “0” foi o mais recorrente na análise, com 25% do total de casos, mas com altos níveis de grau 2, segundo o estipulado pela Organização Mundial da Saúde. CONCLUSÃO: Os resultados demonstraram que a hanseníase, em Teresina, ocorre principalmente em homens, com idade mais avançada, com escolaridade média a baixa e de raça parda. Ademais, clinicamente a doença geralmente se apresenta com a forma clínica dimorfa e classe operacional multibacilar, além de uma alta presença de reações hansênicas e da grande ocorrência de grau “0” de incapacidade.
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