A RELIGIÃO NAS TEORIAS CRÍTICAS DE JÜRGEN HABERMAS E NANCY FRASER
DOI:
https://doi.org/10.26694/pensando.v13i29.13408Palabras clave:
Habermas, Fraser, Religião, Teoria Crítica.Resumen
O artigo discute a questão da religião nas teorias críticas de Jürgen Habermas e Nancy Fraser. Para Habermas, as religiões ainda possuem um papel relevante nas sociedades, desde que traduzam suas intuições éticas para uma linguagem pública e secular nas instituições. Habermas considera que as religiões possuem um tipo de patrimônio ético que a modernidade não pode desprezar. Nesse sentido, ele fala de um processo de aprendizagem complementar entre secularismo e religião, naquilo que denomina de pós-secularismo. Os não religiosos precisam aceitar que as religiões possuem pretensões éticas legitimas, não sendo um tipo de saber inferior. Os religiosos, por sua vez, devem aceitar o caráter secular das instituições, assim como o pluralismo moderno, de um mundo de crentes e não crentes. Já em Nancy Fraser, o tema da religião aparece em vários de seus escritos, embora de forma não sistematizada. Fraser, teórica do feminismo, na Teoria Crítica, pensa a religião a partir de uma análise da crise do capitalismo, partindo, também, de críticas a Habermas. Para ela, Habermas ainda está essencialmente preso ao paradigma da comunicação, não levando em consideração a crítica da economia política, algo central para Marx e a primeira geração da Teoria Crítica. Fraser, então, cita o caso do protestantismo americano. Para ela, a religião precisa ser pensada através da reflexão de uma sociedade desigual e excludente, em que os indivíduos buscariam na esfera religiosa a resolução para as contradições do capitalismo. O artigo, portanto, discute como a religião é refletida nas teorias críticas de ambos os autores.
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