O LIVRE-ARBÍTRIO, O SERVO-ARBÍTRIO E A PRESCIÊNCIA DIVINA
DOI:
https://doi.org/10.26694/.v10i21.8966Palabras clave:
Erasmo de Rotterdam, Martinho Lutero, Orígenes, Livre-arbítrio, Servo-arbítrio, Presciência DivinaResumen
Erasmo de Rotterdam escreverá a favor do livre-arbítrio e admitirá que a presciência divina seja compatível com a livre iniciativa da vontade. A possibilidade do acordo entre a necessidade e a liberdade estará preservada, e o humanista demonstrará influenciado pelas alegorias de Orígenes, que as passagens contidas nas Sagradas Escrituras concordarão com o livre-arbítrio. Mas, para se contrapor à interpretação que Lutero fazia dos conceitos de presciência divina e necessidade, o humanista discutirá com a escolástica medieval e, se por um lado, concordará com as cinco provas tomistas a respeito de Deus como princípio e causa do mundo, por outro lado, relativizará que a presciência divina seja a causa necessária dos acontecimentos futuros. Dentro desse contexto, Lutero responderá a diatribe de Erasmo e escreverá o servo-arbítrio, demonstrando radicalmente o contrário, isto é, que não haveria nenhuma compatibilidade entre a vontade de Deus e a vontade humana, porque esta foi completamente obscurecida pelo pecado original. O monge de Wittenberg amplificará o mito do pecado original de Agostinho e dirá que o livre-arbítrio nunca serviu para nada.
Citas
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