A ONTOLOGIA HERMENÊUTICA NA FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA

Authors

  • Gabriel Debatin Doutorando em Filosofia

DOI:

https://doi.org/10.26694/pensando.v10i19.7621

Abstract

Em uma conferência ocorrida em Paris em 1962, sobre Die philosophischen Grundlagen des swanzigsten Jahrhunderts, Gadamer pôs a claro, no modo mais sintético e perspícuo, o significado que se atribui à sua ontologia hermenêutica no quadro da problemática filosófica hodierna. O ponto de partida da filosofia de hoje, disse Gadamer, permanece ainda Hegel: um Hegel em que o conceito dominante não é aquele da Versöhnung, da conciliação e, portanto, do sistema completo, da autotransparência do espírito absoluto; mas o conceito de espírito objetivo. Em base a esse conceito se pode afirmar que Hegel triunfa sobre todos os críticos que fizeram valer contra ele o alcance do conhecimento objetivo das ciências.[1] O processo de uma “socialização” sempre mais acentuada do homem contemporâneo, antes de ser um fenômeno a se avaliar moral e politicamente, é uma confirmação da atualidade desta noção hegeliana: na época do homem socializado, vale mais do que nunca aquilo que Hegel – para tomar o exemplo mais notório e significativo de sua polêmica antikantiana – observa contra a moral de Kant, isto é, que os fenômenos morais não se deixam descrever exaurientemente em base à doutrina do imperativo categórico. “A situação em que em geral se pode instaurar uma reflexão moral é já sempre uma situação excepcional, uma situação de conflito entre dever e inclinação, de escrupulosidade da consciência e de destacado exame de si”.[2] Ademais, a vida moral se identifica com a pertença – que não é puramente imediata, mas tampouco alcança o outro extremo, excepcional, da reflexão explícita – ao “costume”, às instituições, em suma, precisamente àquilo que Hegel chamou de espírito objetivo.

References

ADORNO. T. W. Negative Dialektik. Frankfurt: Suhrkamp, 1966.

BABOLIN, A. (Org.). Filosofi tedeschi d’oggi. Il Mulino: Bologna, 1967.

CASTELLI, E. (Org.) Rivelazione e storia. Università di Roma: Roma, 1971.

COBB, J. B; ROBINSON, J. M. (Orgs.). Der späte Heidegger und die Theologie, Zürich, 1964.

______. Die neue Hermeneutik. Zürich, 1969.

CROCE, Benedetto. Estetica come scienza dell’espressione e linguistica generale. 10. ed. Bari, 1958.

EBELING, Gerhard. Das Wesen des christlichen Glaubens, Mohr: Tübingen, 1959.

______. Die Religion in Geschichte und Gegenwart. v. III. Mohr: Tübingen, 1959.

______. Theologie und Verkündigung. Mohr: Tübingen, 1962.

______. Wort und Glaube. v. I. Mohr: Tübingen, 1962.

______. Wort und Glaube. v. II. Mohr: Tübingen, 1969.

FUCHS, Ernst. Hermeneutik, Mohr: Tübingen, 1969.

_____. Zum hermeneutischen Problem in der Theologie. Mohr: Tübingen, 1959.

GADAMER, Hans-Geog. Die phänomenologische Bewegung, In: Philosophische Rundschau. 1963.

______. Kleine Schriften. v. I. Mohn: Tübingen, 1967.

______. Verità e Metodo. Tradução de Gianni Vattimo. Edição bilíngue. Milano: Bompiani, 2000.

HABERMAS, Jürgen. Zur Logik der Sozialwissenchaften, in “Philosophische Rundschau”, Beiheft n. 5, 1967.

______. Hermeneutik und Dialektik. v. I. Mohr: Tübingen, 1970.

______. Logica delle scienze sociali, Bologna: Il Mulino, 1970.

HEGEL, G. W. F. Estetica. Tradução para o italiano de N. Merker e N. Vaccaro. Eunaudi: Torino, 1967.

Heidegger, Martin. Der Ursprung des Kunstwerkes. Estutgard: Reclam, 1969.

______. Essere e tempo. Tradução para o italiano de P. Chiodi. Einaud: Torino, 1969.

NIETZSCHE, Friedrich. Werke. v. I. Schlechta, Monaco, 1954.

PALMER, R. E., Hermeneutics. Northwestern University Press: Evanston, 1969.

PANNENBERG, W. Grundfragen systematischer Theologie. Vandenhoeck & Ruprecht: Göttingen, 1967.

PAREYSON. Luigi. Esistenza e persona. Edizioni di Filosofia: Torino, 1950.

______. Estética: teoria della formatività. Edizioni di Filosofia: Torino, 1954.

______. La filosofia dell’esistenza e Carlo Jaspers. Loffredo: Napoli, 1940.

______. Studi sull’esistenzialismo. Sansoni: Firenze, 1943.

______. Unità della Filosofia. Edizioni di Filosofia: Torino, 1952.

______. Verità e interpretazioni. Mursia: Milano, 1971.

PÖGGELER, O. Philosophischer Literaturanzeiger. Fascículo I. 1963.

RICOEUR, Paul. Histoire et vérité. Seuil: Paris, 1955.

______. Le conflit des interpretations. Seuil: Paris, 1969.

VATTIMO, Gianni. Essere, storia e linguaggio in Heidegger. Marietti: Genova, 1963.

Published

2019-10-26

How to Cite

DEBATIN, Gabriel. A ONTOLOGIA HERMENÊUTICA NA FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA. PENSANDO - REVISTA DE FILOSOFIA, [S. l.], v. 10, n. 19, p. 107–126, 2019. DOI: 10.26694/pensando.v10i19.7621. Disponível em: https://periodicos.ufpi.br/index.php/pensando/article/view/3478. Acesso em: 22 jul. 2024.

Issue

Section

TRADUÇÕES