O Amor como vigilância

Desejo e Poder em "Ruth", de Lou Andreas-Salomé

Autores

  • Valéria Ceranto Ribeiro UFSJ - Universidade Federal de São João del-Rei - MG

DOI:

https://doi.org/10.26694/pensando.vol16i38.6942

Palavras-chave:

literatura e feminismo, psicanálise, patriarcado simbólico, subjetividade feminina, romance de formação

Resumo

Lançado originalmente em 1895, e agora disponível em português na primorosa tradução de Inês Lohbauer (Editora Meia Azul, 2025), o romance Ruth, de Lou Andreas-Salomé, articula literatura, filosofia e crítica social ao explorar os vínculos entre afeto, formação e dominação. Por meio da relação entre uma jovem órfã e seu tutor ilustrado, a obra revela como o discurso do cuidado opera como técnica de normatização subjetiva, moldando desejos e interditando resistências. Narrado com contenção estilística e densidade psicológica, o romance antecipa debates da crítica feminista contemporânea — como a performatividade de gênero, a pedagogia do consentimento e o poder pastoral — e propõe uma forma de resistência marcada pela recusa ao reconhecimento. Esta resenha propõe uma leitura filosófico-literária da obra, ancorada na psicanálise, na teoria crítica e nos estudos de gênero, destacando sua atualidade como crítica estética e política às formas sutis de tutoria afetiva e disciplinamento da subjetividade feminina.

Referências

ANDREAS SALOMÉ, Lou. Ruth. Tradução de Inês Lohbauer. São Paulo: Editora Meia Azul, 2025.

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Publicado

27-12-2025

Como Citar

CERANTO RIBEIRO, Valéria. O Amor como vigilância: Desejo e Poder em "Ruth", de Lou Andreas-Salomé. Pensando - Revista de Filosofia, [S. l.], v. 16, n. 38, p. 169–174, 2025. DOI: 10.26694/pensando.vol16i38.6942. Disponível em: https://periodicos.ufpi.br/index.php/pensando/article/view/6942. Acesso em: 29 dez. 2025.

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