Corpo, Natureza e Capital: Usos e Implicações do conceito de Metabolismo por Marx
DOI:
https://doi.org/10.26694/pensando.vol15i35.4546Palavras-chave:
Corpo, Natureza, Capital, Metabolismo, MarxResumo
O conceito fisiológico de metabolismo, utilizado especialmente pelas ciências humanas, terá um papel central na crítica da economia política de Marx ao aprofundar sua compreensão sobre as determinações imanentes ao capital, como este digere, movido por uma “compulsão” desmedida, a matéria viva (terra e força corporal humana) para transformá-la em valor e mais-valor e os danos catastróficos que são excretados desse processo. Nesta perspectiva, pretendemos analisar nos Grundrisse de 1857-1858 ao menos cinco movimentos distintos expressados pelo conceito de metabolismo: A) Os processos da natureza na autonomia de seus ciclos; B) O processo vital de interação entre o corpo humano e a terra; C) O funcionamento da forma social historicamente advinda do capital a partir e sobre a interação corpo-terra; D) Os processos de transformações que ocorrem na substância do valor por meio das trocas entre Mercadoria e Dinheiro; E) O consumo necessário à reprodução das diferentes partes que compõem o organismo do capital no processo de produção. Um sexto uso do termo aparece no livro I d’O Capital no diagnóstico marxiano da falha metabólica ao identificar como o metabolismo do capital opera, e só pode operar, provocando uma falha no metabolismo humano-natureza. As implicações teóricas e práticas desta análise nos direcionam a pensar sobre a necessidade de gestação de uma nova forma socioeconômica de produção e reprodução que viabilize um metabolismo sadio com a natureza ao redor e em nós, um corpo social futuro não patológico.
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