A Responsabilidade jonasiana: Mais que princípio, uma virtude?
DOI:
https://doi.org/10.26694/pensando.v2i3.454Palavras-chave:
Hans Jonas, Alasdair MacIntyre, responsabilidade, princípio, virtude, ética, ética ambientalResumo
Partimos da hipótese de trabalho proposta por Carvalho (2008) de conectar as filosofias de Hans Jonas e Alasdair MacIntyre, desmembrada em duas partes, a saber: a) a responsabilidade pode ser considerada não apenas como um princípio normativo, mas também como uma virtude moral e b) os sentimentos (afetos, emoções) podem fazer a conexão ou passagem da responsabilidade enquanto princípio normativo à responsabilidade enquanto virtude moral. Limitamo-nos a avaliar a pertinência de tal hipótese através do enfrentamento de algumas questões iniciais mais urgentes: 1) A responsabilidade pode ser considerada não só um princípio, mas também uma virtude? 2) Existe algum sentimento capaz de fazer a transposição entre essas duas dimensões da responsabilidade? 3) O aparato conceitual jonasiano seria compatível com essa proposição? Nossa exposição será dividida em três momentos. Primeiramente, buscar-se-á uma definição geral dos conceitos envolvidos, isto é, estabelecer o que é a virtude, o que é um princípio e o que é a responsabilidade (1). O segundo momento, subdividido em dois, pretende apresentar a ética da responsabilidade de Jonas em suas linhas gerais (2.1) e nela identificar o lugar conferido aos sentimentos (2.2); para, finalmente, avaliar se, no interior de tal formulação, haveria uma abertura para se fazer essa conexão ou passagem entre as duas diferentes dimensões da responsabilidade ou, em outras palavras, avaliar se a ética jonasiana estaria de acordo com o emprego do conceito de responsabilidade tanto como princípio quanto como virtude (3). A título de conclusão, tentar-se-á extrair as conseqüências do resultado obtido para a reflexão ética em geral e para a ética ambiental em particular.
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