Uma crítica institucionalista ao regime de metas de inflação no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.26694/1517-6258.77Palavras-chave:
Brasil; Instituições; Política Monetária; RMI; Taxas de Juros.Resumo
Desde a implementação do regime de metas de inflação (RMI), em 1999, a política monetária brasileira tem lançado mão recorrentemente de taxas de juros elevadas para conter a inflação sem, contudo, obter o sucesso almejado pela política econômica do governo no que se refere ao alcance da meta. Isso se deve à incapacidade da síntese neoclássica em lidar com as especificidades dos canais de transmissão da política monetária e do processo de precificação dos diversos setores da economia brasileira. A inserção do arcabouço teórico institucionalista no debate é fundamental, visto que esta abordagem parte da existência de múltiplos determinantes para a dinâmica das variáveis econômicas, como a inflação. Assim, este artigo vai no sentido de discutir a importância do rompimento do reducionismo do RMI em prol de uma visão mais ampla para a questão da inflação, concentrada em analisar as especificidades de cada setor da economia, a institucionalidade dos instrumentos da política monetária e a evolução das relações entre os componentes determinantes da inflação.
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