Perfil socioeconômico e o esforço de pesca na captura do caranguejo-uçá em unidades de conservação do Delta do Parnaíba (Brasil)

Maria de Fátima Vieira Crespo; Jaíra Maria Alcobaça Gomes; Regina Olilveira da Silva

doi:10.26694/2764-1392.3608

Autores

Maria de Fátima Vieira Crespo Universidade Federal do Delta do Parnaíba
Jaíra Maria Alcobaça Gomes Universidade Federal do Piauí
Regina Olilveira da Silva Museu Emilio Goeldi

DOI:

https://doi.org/10.26694/2764-1392.3608%20

Palavras-chave:

Ucides cordatus, extrativismo, CPUE, etnoeconomia, saberes tradicionais

Resumo

Ucides cordatus (Linnaeus, 1963) é a principal espécie de caranguejo encontrada nos manguezais brasileiros. No Nordeste do Brasil nota-se a diminuição desse recurso pesqueiro devido ao alto nível de exploração. Considerada a implementação da IN MPA N.09/2013, estudou-se o perfil socioeconômico dos coletores e o esforço de pesca na captura dos caranguejos nas unidades de conservação de uso sustentável do Delta do rio Parnaíba, nos estados do Piauí e Maranhão. A pesquisa-ação e métodos participativos nortearam os estudos. Percorreu-se 15 comunidades, quatro no interior da Reserva Extrativista e 11 no entorno de setembro de 2015 a outubro de 2016, por meio de oficinas participativas e aplicação de questionários estruturados a 66 extrativistas, além de observação direta e medida da captura por unidade de esforço (CPUE). A cata do caranguejo é um trabalho exclusivamente masculino, realizado na maré baixa e que exige grande esforço físico do extrativista, tanto que 61,4% dos ativos possuem até 35 anos de idade. A maioria dos catadores de caranguejos (56,4%) não sabem ler ou escrever dificultando a negociação frente aos patrões e intermediários, embora detenham profundo conhecimento sobre o ambiente e a ecologia, desenvolvidos pelo “fazer e saber fazer” de suas atividades e relacionadas ao ambiente vivido e construído. A desorganização e desgovernança desses atores propicia diferença de preços entre as comunidades, resultado do poder de mercado dos intermediários. Destarte, os extrativistas são donos de sua força de trabalho e de seus saberes tradicionais, mas não tem propriedade sobre o produto oriundo desse trabalho e do seu conhecimento

Biografia do Autor

Maria de Fátima Vieira Crespo, Universidade Federal do Delta do Parnaíba

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