EXPERIÊNCIAS CAMPESINAS AGROECOLÓGICAS DA COSTA DO PACÍFICO, CORDILHEIRA DOS ANDES E SELVA AMAZÔNICA DO EQUADOR
DOI:
https://doi.org/10.26694/1517-6258.349Palavras-chave:
EXPERIÊNCIAS CAMPESINAS, CORDILHEIRA DOS ANDES, SELVA AMAZÔNICA DO EQUADORResumo
No Equador, a Agroecologia está muito ligada a sistemas ancestrais e patrimoniais de produção agrícola que, em grande medida, ainda estão em vigor. Faremos uma breve revisão do que foi vivenciado nas giras agroecológicas tentando fazer uma interlocução com sistematizações feitas por autores equatorianos de contribuição ancestral para manutenção e/ou criação de técnicas, características e contribuições tecnológicas para produção agroecológica.
O chakra andino é a forma de agricultura característica dos povos indígenas Quechua das montanhas e podemos encontrá-lo em todo o beco inter-andino, e na costa do Equador. É caracterizada pela alta biodiversidade agrícola e um sistema complexo de sementes e adaptações varietais, de sua origem pré-hispânica, o chakra é orientado para a satisfação da alimentação familiar e comunitária, este critério é o que determina o que e quanto deve ser semeado. A influência do ciclo lunar e sinais agroclimáticos definem quando será o plantio, os solstícios e equinócios marcam o calendário agroflorestal andino (GORTAIRE, 2014)
A fazenda montubia é um sistema agrícola diversificado que ocorre em algumas províncias costeiras equatorianas que estão em transição com os andes é praticada por famílias camponesas da tradição montubia, que é uma antiga denominação cultural que expressa uma miscigenação entre povos nativos das áreas costeiras equatorianas e afrodescendentes (GORTAIRE, 2017). O sistema concentrasse no desenvolvimento de culturas como o cacau, café e bananas da terra, no Equador denominada de Plátano, no entanto, integra culturas frutícolas, silvicultura, hortícolas e criação de animais, e é frequentemente assimilado com a floresta tropical (HEIFER, 2005).
O sistema Catacocha, é baseado em propriedades localizadas na Cordilheira dos Andes, que tem pantanais artificiais de grande complexidade tecnológica de origem ancestral típica da região dos Andes. O Catacocha implica na criação de grandes lagoas de infiltração em áreas altas estrategicamente dispostas, que captam o escoamento da água da chuva de braços ou canais e percolado até a profundidade do solo. Os sistemas agrícolas que usam os catacochas têm grande agrobiodiversidade, e se baseiam no ar, solo e sol para época do cultivo, além da influência lunar. Cultiva-se batatas, feijões, frutas e verduras em um complexo tecnológico baseado em sistemas agroflorestais que são chamados de "Huertas de los Paltas" por causa de sua autenticidade e particularidade. Geralmente são propriedades de até 2 (dois) hectares abrigados por muitas famílias com consanguinidade (RAMOS, 2014).
O Aja shuar é um sistema de produção localizado na Amazônia equatoriana. A mesma é praticada pelos indígenas “imitando” os ecossistemas naturais. É importante a prática de diversos ritos como o Anent que são orações ou cânticos que são feitos no momento do plantio, colheita ou abate de animais com um sinal de respeito e profunda afeição com a natureza. Existe um conhecimento notável sobre as razões e os períodos de força e fragilidade do solo. O processo de decomposição e formação do solo é dinâmico e acelerado e muitas vezes as cinzas que são obtidas a partir da queima de ervas e árvores secas, mineralizam esses solos orgânicos. A agrobiodiversidade inclui mais de 200 culturas diferentes (GORTAIRE, 2017).
Desta forma, o objetivo deste trabalho, foi sistematizar informações das giras agroecológicas que ocorreram nas regiões da Costa do Pacífico, Cordilheira dos Andes e Selva Amazônica do Equador, que serão utilizadas como base referencial em dois projetos de pesquisa, sendo o primeiro aprovado através da chamada CNPq/MCTIC Nº 016/2016 - Segurança alimentar e nutricional no âmbito da UNASUL, intitulado “Centro de Referência em Segurança alimentar e Nutricional em Agroecologia do IFPI”, em parceria com a Universidad Técnica
Referências
CARRAPIÇO F. Azolla as a Greenmanure. From the article Azolla as a biofertilizer in Africa. In press Revista de Ciencia Agraria, v. 23, 2001.
GORTAIRE, R. Respuestas del pasado para la Agricultura del futuro – Sistemas Ingeniosos de Patrimonio Agrícola-SIPAN, FAO, Ministerio Cultura y Patrimonio del Ecuador , 2014.
GORTAIRE, R. Agroecología en el Ecuador. Proceso histórico, logros, y desafios, Antropología Cuadernos de Investigación, núm. 17, 2017.
HEIFER. 2005, Agroecología: una apuesta necesaria, memorias del taller andino de Agroecología, Ecuador, 2015.
INEC-MAG-SICA, 2018. CENSO NACIONAL AGROPECUARIO-DATOS NACIONALES, ECUADOR, www.sica.gov.ec, Quito.
MARTINS, C. K. S. “Avaliação de Azolla filiculoides no controlo de infestantes e como biofertilizante na produção de arroz irrigado”, Dissertação, 2015. Disponível em: http://www.repositorio.uem.mz/bitstream/123456789/261/1/2015%20-%20Martins%2C%20Cheila%20Klironomos%20Sequeira.pdf
PETERS, G.A.The Azolla-Anabaena relationship Plant. Phys. Elsevier. Holanda, 1983.
RAMOS, C. La Riqueza Nutricional y Medicinal de los Alimentos Naturales y el Porque nos niegan su Conocimiento. Pontificia Universidad Católica del Ecuador. Quito Ecuador, 2014.
SODRÉ, G. A. Cultivo do cacaueiro no estado da Bahia. Ilhéus, BA, MAPA/Ceplac/Cepec. 126, 2017.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 INFORME ECONÔMICO (UFPI)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.