Assistencialismo, higienismo e educação civilizatória na história do Instituto de Protecção e Assistência à Infância (Bahia, 1903 a 1920)

Autores

  • Cíntia Borges de Almeida Universidade Estadual de Santa Cruz/

DOI:

https://doi.org/10.26694/caedu.v2i1.10029

Palavras-chave:

Imprensa, Instituto de Protecção e Assistência á Infância da Bahia, História da Educação

Resumo

Analisar e perceber representações de formação social nas narrativas presentes nos projetos de fundação e organização de instituições de assistência e proteção à infância da Bahia, debates publicados em notícias de jornais e revistas nas primeiras décadas da República consiste no objetivo deste estudo. Sua relevância para a historiografia da educação ancora-se na reflexão de que o debruçamento sobre o estudo proposto, observando as políticas de assistência, de saúde, de educação e a implementação das mesmas, sugere uma investigação sobre a participação de forças educativas públicas e privadas na configuração da organização da sociedade. O diálogo estabelecido com Gondra e Schueler (2008), Camara (2010), Pasche (2014), Gil (2016), entre outros, permite pensar que a organização da forma escolar moderna constituiu-se por intermediações de forças distintas, com representações do que se configuraria uma educação idealizada. Assim, justifica-se a pesquisa sobre as instituições de amparo às crianças pobres e desvalidas, com destaque para a experiência do Instituto de Protecção e Assistência á Infância – IPAI, na Bahia. A operação metodológica se apoia em discursos jornalísticos publicados em impressos que disseminaram as atividades e apontaram direcionamentos sobre os interesses do IPAI – BA, entre os anos de 1903 a 1920. Destacam-se: Correio do BrasilRevista do BrasilJornal Bahia IllustradaA NotíciaGazeta Médica da BahiaAlmanak Laemmert, fontes significativas para compreender a participação de outras instâncias no processo de expansão da instrução, reconhecendo, assim, sujeitos e seus interesses no projeto de formação da sociedade baiana.

Referências

ANDERSON, Benedict. Comunidades imaginadas: reflexões sobre a origem e a difusão do nacionalismo. Tradução Denise Bottman. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

BARTHES, Roland. Imagem e Moda. Trad. Ivone Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

BLOCH, M. Apologia da História ou o ofício de historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.

CAMARA, Sônia. Sob a guarda da República: a infância menorizada no Rio de Janeiro da década de 1920. Rio de Janeiro: Quartet, 2010.

CAMARA, Sônia. A arte de educar e prevenir crianças: as Conferências de Higiene Infantil do Instituto de Proteção e Assistência à Infância do Rio de Janeiro (1901-1907). In: CAMARA, Sonia (org.). Pesquisa (s) em história da educação e da infância. Rio de Janeiro: Quartet, 2014.

CARVALHO, José Murilo de. A formação das almas: o imaginário da República no Brasil.

ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

CHALHOUB, Sidney. Trabalho, lar e botequim. 3.ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2012.

CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. Lisboa: Difel, Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1990.

FOUCAULT, Michel. A Verdade e as Formas Jurídicas. Rio de Janeiro: Nau, 2001.

______. Ditos & Escritos II (Arqueologia das Ciências e História dos Sistemas de Pensamento). Trad. Elisa Monteiro. 2.ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.

GIL, Natália. “Pequenos focos de luz”: as escolas isoladas no período de implantação do modelo escolar seriado no Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de História da Educação. Maringá: PR, v. 16, n. 2, abr./jun. 2016, p. 261-284.

GINZBURG, Carlo. Mitos, emblemas, sinais: morfologia e história. 2.ed. Tradução Frederico Carotti. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.

GOLINELLI, Juliane Rembis Costa. A Cruzada pela Infância – O Instituto de Proteção e Assistência à Infância do Rio de Janeiro. IV Seminário Internacional de Representaões Sociais, Subjetividades e Educação. Curitiba/PR, UFPR, 2017. Disponível em: http://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/25381_14202.pdf. Acesso em: 12/ Maio de 2018.

GONDRA, José; SCHUELER, Alessandra Frota. Educação, poder e sociedade no Império brasileiro. SP: Cortez, 2008.

KUHLMANN JÚNIOR, Moysés. Infância e educação infantil: uma abordagem histórica. Porto Alegre: Mediação, 1998.

PASCHE, Aline de Morais Limeira. Entre o Trono e o Altar: Sujeitos, Saberes e Instituições escolares na Capital do Império (1860-1880). Tese (Doutorado em Educação). Universidade do Estado do Rio de Janeiro: UERJ, 2014.

RIZZINI, Irene; PILOTTI, Francisco (Org.). A arte de governar crianças: a história das políticas sociais, da legislação e da assistência à infância no Brasil. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2009.

SANTOS, Alane Carvalho. O Instituto de Proteção e Assistência á Infância da Bahia: uma instituição educativa de assistência e saúde (1900-1920). Tese (Doutorado em Educação). Universidade Federal da Bahia: UFBA, Salvador, 2016.

SANTOS, André Araújo dos. Quem ampara a infância trabalha pela pátria: o Instituto de Proteção e Assistência à Infância da Bahia pela criança e pela pátria - 1903-1923. XXVII Simpósio Nacional de História. Natal, 2013.

Downloads

Publicado

2020-04-01

Como Citar

ALMEIDA, Cíntia Borges de. Assistencialismo, higienismo e educação civilizatória na história do Instituto de Protecção e Assistência à Infância (Bahia, 1903 a 1920). CAMINHOS DA EDUCAÇÃO diálogos culturas e diversidades, [S. l.], v. 2, n. 1, p. 68–88, 2020. DOI: 10.26694/caedu.v2i1.10029. Disponível em: https://periodicos.ufpi.br/index.php/cedsd/article/view/2421. Acesso em: 24 nov. 2024.

Edição

Seção

DOSSIÊ TEMÁTICO