Do you have medicine to learn? Experience with Teachers of Multifunctional Resource Rooms

Authors

DOI:

https://doi.org/10.26694/caedu.v5i3.4620

Keywords:

Medicalização da educação, Psicologia Histórico-Cultural, Formação docente

Abstract

Este trabalho tem como princípio norteador a ideia de que as múltiplas denominações relativas ao conceito de normalidade vão sendo tecidas nas relações históricas ao longo do desenvolvimento das sociedades. Faremos o relato de uma experiência que objetivou ampliar o conhecimento dos professores sobre o fenômeno da medicalização da educação que consiste em patologizar e prescrever remédios para os desafios escolares. A ação foi desenvolvida com um grupo de 18 docentes que atuavam na educação básica nas Salas de Recursos Multifuncionais de um município da grande Natal. O recurso utilizado foi a roda de conversa para discutir, participativamente, o tema. No desenvolvimento da experiência utilizamo-nos de algumas referências teóricas da Psicologia Histórico-Cultural a fim de organizar a discussão e sistematização dos conhecimentos. O trabalho desenvolvido evidenciou a necessidade de investirmos em processos de formação permanente, posto que a patologização dos transtornos e das deficiências faz com que a discussão sobre os desafios dessa ordem, que acontecem na escola, distanciem-se do campo educacional e aproximem-se dos discursos médicos.

Palavras-chaves: Medicalização da educação; Psicologia Histórico-Cultural; Formação docente.

Author Biographies

Maria da Apresentação Barreto, Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Bacharel e Licenciada em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Mestre em Educação em Saúde pela Universidade de Fortaleza, Doutora em Educação pela UFRN e Pós-Doutora em Psicologia pela Universidade Estadual de Maringá. Atualmente é professora Associada II da UFRN, lotada no Departamento de Psicologia e no Programa de Pós-Graduação em Educação Especial. Possui experiência docente no ensino superior, e como psicóloga, a área de intervenção se concentra no campo da Psicologia Escolar/Educacional . Participa do Núcleo de Estudos em Psicologia Histórico Cultural e desenvolve projetos de pesquisa e extensão, interligadas aos seguintes temas: educação especial, docência no ensino superior, formação de psicólogos e (des)medicalização da educação.

Julie Isabelle Freitas Rodrigues Lima, Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Graduada em pedagogia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Especialista em Psicopedagogia. Docente da Educação Básica do Estado do Rio Grande do Norte. Atividade de Apoio Educacional voltada aos alunos da Educação Especial do Estado do RN. Atua como psicopedagoga clínica. Áreas de pesquisa: formação docente, dificuldades de aprendizagem, educação inclusiva, desmedicalização da educação,alfabetização.

References

BARRETO, M. da A.; GUIMARÃES, J. C. Medicalização da educação e as pessoas com deficiência: um ensaio teórico. Revista de Casos e Consultoria, [S. l.], v. 12, n. 1, p. e24800, 2021. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/casoseconsultoria/article/view/24800. Acesso em: 3 ago. 2023.

BONADIO, Rosana Aparecida; MORI, Nerli Nonato Ribeiro. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade: diagnóstico e prática pedagógica. Maringá: Eduem, 2013.

BARROCO, S. M. S; LEITE, L. P. (2021). Por uma compreensão não patológica da deficiência. In: N. S. T. LEONARDO; SILVA. M. C. da S; LEAL Z.F.R.G. (Org.). A (des)patologização do processo de escolarização: contribuições da psicologia histórico-cultural (1a ed., pp. 251-276). Eduem.

BRASIL. Ministério da Educação. Portaria normativa Nº- 13 de 24 de abril de 2007. Dispõe sobre a criação do "Programa de Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais. Brasília, 2007. Disponível em: https://abmes.org.br/legislacoes/detalhe/235/portaria-normativa-n-13. Acesso em: 03 de agosto de 2023.

CHAGAS, J. C.; PEDROZA, R. L. S. Patologização e Medicalização da Educação Superior. Psicologia: Teoria e Pesquisa, Vol. 32 n. esp., pp. 1-10, 2016. https://doi.org/10.1590/0102-3772e32ne28

CHAGAS, J. C. Atuação da psicologia escolar frente à patologização e medicalização da educação superior. 2018. xv, 226 f. Tese (Doutorado em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde). Universidade de Brasília, Brasília, 2018.

COLLARES, C. A. L; MOYSÉS, M. A. A. A transformação do espaço pedagógico em espaço clínico (a patologização da educação). [2010]. Disponível em: http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_23_p025-031_c.pdfmar. Acesso em: 18 de janeiro de 2021.

GARCIA, R. M.C. A educação de sujeitos considerados portadores de deficiência: contribuições vygotskianas. Ponto de Vista, Vol.1, pp. 4-90, 1999.

GUGEL, M. A. A pessoa com deficiência e sua relação com a história da humanidade. AMPID (Associação Nacional dos Membros do ministério Público de defesa dos Direitos dos idosos e Pessoas com Deficiência), 2015. Disponível em http://www.ampid.org.br/ampid/Artigos/PD_Historia.php Acesso em: 24/03/2023.

LEONTIEV, Alexis. O desenvolvimento do psiquismo. 2 ed. São Paulo: Centauro, 2004.

LOURO, G.L. Pedagogias da Sexualidade. In: LOURO, G. L. (org.) O corpo educado: Pedagogias da Sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 1999

MAGALHÃES, R. C. B; RUIZ, E. M. Estigma e currículo oculto. Revista Brasileira de Educação Especial [online]. 2011, v. 17, p. 125-142, 2011. https://doi.org/10.1590/S1413-65382011000400010

PATTO, Maria Helena de Souza. A produção do fracasso escolar: histórias de submissão e rebeldia. São Paulo: T.A. Queiroz, 1991.

PATTO, Maria Helena de Souza. A produção do fracasso escolar: histórias de submissão e rebeldia. São Paulo: Intermeios, 2015.

SANTANA, Ana Paula; SIGNOR, Rita. TDAH e medicalização: implicações neurolinguísticas e educacionais do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. São Paulo: Plexus, 2016.

SANTOS, B. S. A Cruel pedagogia do vírus. Coimbra: Edições Almedina, S.A., 2020.

SAVIANI, D. Pedagogia histórico crítica: primeiras aproximações. 7 ed. Campinas: Autores Associados, 2000.

SCHMIDT, M. Nova História Crítica. São Paulo: Nova Geração, 2011.

VECHIATTO, Lorena. Uma investigação das ações e expectativas da escola a partir dos diagnósticos de TDAH e Dislexia: Contribuições da Psicologia Histórico-Cultural. Dissertação de mestrado. Universidade Estadual de Maringá, 2019. Maringá-PR.

VIGOTSKY, Lev Semionovitch. Aprendizagem e desenvolvimento intelectual na idade escolar. In: Vigotsky, L. S., Luria, A. R., Leontiev, A. N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. 5ª ed. São Paulo: Cone, p. 103-117, 1988.

VIGOTSKY, Lev Semionovitch. A defectologia e o estudo do desenvolvimento e da educação da pessoa anormal. Revista Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 37, n. 4, p. 861-870, dez. 2011. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/ep/v37n4/a12v37n4.pdf>. Acesso em: 16 dezembro de 2022.

VYGOTSKY, Lev Semionovitch. Obras Escogidas. Tomo III. Historia del desarrollo de las funciones psíquicas superiores. 1931. Disponível em: <http://www.taringa.net/perfil/vygotsky>. Acesso em: 20 abr. 2017.

WARSCHAUER, Cecília. A Roda e o Registro: uma parceria entre professores, alunos e conhecimento. Paz e Terra: São Paulo, 2017.

Published

2023-12-18

How to Cite

BARRETO, Maria da Apresentação; LIMA, Julie Isabelle Freitas Rodrigues. Do you have medicine to learn? Experience with Teachers of Multifunctional Resource Rooms . CAMINHOS DA EDUCAÇÃO diálogos culturas e diversidades, [S. l.], v. 5, n. 3, p. 01–17, 2023. DOI: 10.26694/caedu.v5i3.4620. Disponível em: https://periodicos.ufpi.br/index.php/cedsd/article/view/4620. Acesso em: 23 nov. 2024.

Issue

Section

ARTIGOS