A “Distinta Discípula” Maria das Dores Castanheira Guimarães: Formação e atuação de uma aluna do Conservatório de Música no Rio de Janeiro Oitocentista
DOI:
https://doi.org/10.26694/caedu.v4i2.2947Palavras-chave:
Conservatório de Música, Professoras de música, Festividades religiosas, Rio de Janeiro oitocentista, Micro-históriaResumo
Neste trabalho, trago uma narrativa sobre a professora montevideana Maria das Dores Castanheira Guimarães, uma das primeiras alunas do Conservatório de Música do Rio de Janeiro. Com base na conceituação de Micro-história de Carlo Ginzburg (1989) e de Jogo de escalas de Jacques Revel (1998), procuro responder às perguntas: O que vestígios biográficos de uma ex-aluna do Conservatório podem dizer sobre a visibilidade e a atuação profissional feminina em música na segunda metade do século XIX? De que forma esta instituição e a ligação ao intelectual Francisco Manoel da Silva impactaram a prática musical e a docência em música no período, especialmente em relação às mulheres? A atuação de Maria das Dores aponta para uma participação intensa e efetiva feminina na prática musical do século XIX, e o papel do Conservatório e da atuação do intelectual Francisco Manoel da Silva na criação de meios de subsistência e de mobilidade social para estas mulheres. Este trabalho destaca a relevância dos periódicos como fonte privilegiada para informações sobre o cotidiano de pessoas consideradas “comuns”, e traz um olhar para uma vida feminina única, descortinando pormenores da prática musical oitocentista não tão valorizados até o momento nas narrativas históricas sobre o período.
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