ESTIGMA: PERMANÊNCIA CULTURAL DA HANSENÍASE

Autores

  • Gabriel Rocha Universidade Estadual do Piauí
  • Antonia Valtéria Melo Alvarenga Cursos de História da UESPI/UEMA
  • Dário Alvarenga Graduando em Medicina da UFPI

Palavras-chave:

História. Hanseníase. Estigma. Políticas Públicas.

Resumo

A hanseníase é uma doença contagiosa que, ao longo dos tempos, vem mostrando capacidade de potencializar-se quando associada a fatores socioculturais negativos. A sua trajetória internacional é marcada por episódios de discriminação e sofrimento daqueles que desenvolvem a doença. O Brasil, desde o final do século XIX, integra as políticas internacionais de controle e combate a essa enfermidade, o que o levou a adotar práticas segregatórias entre a terceira década do século XX e os anos 80 desse mesmo século, como medida profilática de controle e combate a endemia. Através dos esforços do Estado e da sociedade foram mantidos os infectados, por quase quatro décadas, em leprosários, estruturados como instituições totais (GOFFMAN,1998). Os avanços no campo da medicina na segunda metade do século XX, fez a comunidade médica internacional decidir pela alteração do protocolo de tratamento dessa endemia. O Brasil, mais uma vez, buscou acatar as novas orientações de saúde, iniciando o tratamento ambulatorial. Visando reduzir os efeitos culturais da doença foi modificada sua nomenclatura (por meio da Lei nº 9.010), quando a mesma deixou de ser denominada de lepra para ser chamada de hanseníase. O objetivo desse estudo foi analisar alguns fatores culturais que colaboram para permanência dessa enfermidade no Brasil. O recorte temporal e espacial para a pesquisa foram: a cidade de Teresina e o período de 2006 a 2016. Os resultados mostraram que a endemia continua fortemente associada a fatores socioculturais e, o estigma produzido sobre a doença é importante para compreender a maneira como a sociedade e os indivíduos se comportam em relação ao seu diagnóstico e tratamento.

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Publicado

2020-12-19