O Negro como símbolo de libertação em Úrsula

um olhar para Túlio e Preta Suzana como sujeitos de sua própria história

Abstract

A pesquisa aqui delineada tem como tema “O negro como símbolo de libertação na obra Úrsula, de Maria Firmina dos Reis”, diante da qual inquietou-nos compreender como o negro é representado na obra: como sujeito ou objeto da/na literatura. Desse modo, desenvolveu-se uma pesquisa bibliográfica de cunho qualitativo embasado nos estudos de teóricos que abordam sobre a representação do negro na Literatura Brasileira, bem como daqueles que tratam das concepções de diáspora. Assim, Paula (2011), Guimarães (1976), Nascimento (2009), Duarte (2009), Santos (2016), Walter (2009) entre outros foram fundamentais para o embasamento deste estudo. Diante das análises pode-se constatar que Maria Firmina dos Reis inaugura a inserção do negro como sujeito que narra sua própria história e não apenas como sujeito utilizado como personagem nas narrativas brancas. Nesse sentido, as personagens Túlio e Preta Suzana representam negros que não silenciaram diante as mazelas impostas a eles pela escravização, simbolizando, assim, um ideal de liberdade tanto físicas quanto intelectuais, pois ambos dão voz ao homem negro ao questionarem as condições subumanas a que são submetidos, bem como questionam o próprio processo de escravização.